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Fratelli Vita ganha livro sobre sua história

A história de um sabor que adoçou o Recife

Por Luiz Joaquim | 25.04.2015 (sábado)

Pernambucanos e baianos com mais de 45 anos de idade certamente guardam na memoria um sabor particular que adoçou sua infância e era identificado pelo nome de Fratelli Vita, o refrigerante – ou “gazosa” – criado em Salvador em 1902 pelos irmãos italianos Giuseppe e Francesco Vita. Para os saudados e curiosos sobre a bebida vale ficar atento ao lançamento do livro do pesquisador Gustavo Arruda, “A História da Fratelli Vita no Recife” (Editora Perse, 85 págs., R$ 28 frete), às 20h de hoje pela página virtual de seu autor (www.facebook.com/gustavo.arruda3) quando ele participa de um bate-papo informal.

“Com o livro, tento explicar como uma extinta fábrica local de refrigerantes conseguia vender no Recife mais que a Coca-cola e virou um mito, perpetuando sua marca como sinônimo de qualidade até hoje, mais de 100 anos após sua chegada por aqui”, adianta.

De fato, depois de dois anos de pesquisa em bibliotecas, arquivos públicos, fundações, institutos, jornais e museus, além de apurar depoimentos de familiares, ex-operários e contemporâneos da Fratelli Vita (expressão italiana para “Irmãos Vita”, em português), Arruda reúne casos e curiosidade sobre o empreendimento com bastantes ilustrações – são 92 fotos raras -, o que torna seu livro o volume mais completo já publicado sobre o tema.

No decorrer da história do refrigerante, que iniciou as atividades em Salvador em 1902, e no Recife em 3 de dezembro de 1913, com fábrica na rua da Aurora, o escritor relaciona a trajetória da bebida com a do próprio desenvolvimento da capital pernambucana, uma vez que os empresários Vita participaram de vários episódios locais, algumas vezes como patrocinadores.

Entre eles a Revolução Praieira e a Revolução de 1930, a implantação do bonde elétrico e do telefone automático no Recife, os voos do Jahu e do Zepellin, o Ciclo do Recife (que gerou 13 filmes entre 1923 e 1931), e a implantação do rádio e das têves locais.

Uma vez que a história da bebida surgiu em Salvador, Arruda também perpassa por fatos curiosos da capital baiana sob testemunho e participação dos Vita, como a iluminação a gás no agreste baiano, o cinema ao ar livre no “Recreio BonFim”, a chegada do Frevo ao centro soteropolitano e a criação do primeiro trio elétrico do Brasil.

Quando foi vendida em 24 de agosto de 1972 a Brahma, 59 anos após chegar ao Recife, a Fratelli Vita deixava de fabricar os refrigerantes com sabor de guaraná, limão, maçã ou pera que tanto adoçaram a hora do recreio das crianças e as festas infantis de Pernambuco por quase 60 anos. Começava assim a deixar uma saudade que agora pode ser embalada pelo livro de Gustavo Arruda.

SUCOL – Gustavo Arruda explica que a marca Fratelli Vita não pode ser relançada, por impedimentos contratuais de quando foi vendida, mas nos anos 1980, em Salvador, foi lançado o “Guaraná Sucol”, com o sabor antigo do Fratelli Vita. Chegou a alcançar 22% do mercado local passando também por Recife, Aracaju e Maceió.

VENDA – Não haverá lançamento presencial do livro, ou venda em livrarias convencionais. Mas a publicação pode ser comprada pela Internet solicitando pelo e-mail perse@perse.com.br ou página (www.perse.com.br).

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