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Críticas

Mais forte que o mundo: A história de José Aldo

Poyart não é Eastwood. Você sabe quem é José Aldo? O cinema de Afonso Poyart vai te explicar.

Por Luiz Joaquim | 11.07.2016 (segunda-feira)

23-junho-2016 (quinta-feira)

LUIZ JOAQUIM

O filme Mais forte que o mundo: A história de José Aldo (Bra., 2016), de Afonso Poyart, estreia hoje (23) nos cinemas do Recife. Mas… ei, quem é José Aldo? Calma, o leitor não precisa se preocupar caso nunca tenha ouvido falar no lutador ex-campeão da categoria peso pena da lutas do Mixed martial arts (MMA).

Pois, assim como o universo da disputa de “Barrigada em poço de lama” nos Red neck Games (olimpíadas caipira) em Georgia (EUA) possa parecer algo totalmente desconhecido para alguns, as disputas do MMA também são algo que não chegam (ou interessam) a todos. Ainda que este universo movimente milhões (bilhões?) de dólares todos os anos e ganhe destaque em horário nobre de redes de tevê com um suposto alto padrão de qualidade de entretenimento.

José Aldo é um dessas estrelas das disputas do MMA – tendo sido o 1º campeão de sua categoria no Ultimate Fighting Championchip (UFC), em 2010, e mantendo-se invicto no MMA por oito anos consecutivos. Em resumo, José Aldo sabe lutar. Sabe como dar socos e pontapés, e sabe como levar socos e pontapés.

Tendo o lutador uma origem humilde no Amazonas, o cineasta paulista Poyart (com pretensões e projetos cinematográficos sempre apontados para os EUA) viu na história de perseverança do manauara algo a transformar no formato audiovisual com um desejo de apelo para o público próximo ao que o belo Menina de Ouro (2004), de Clint Eastwood, ofereceu.

A diferença aqui é que Poyart não é Eastwood.

De qualquer forma, toda a estrutura da figura da pobreza, oriunda de uma comunidade inóspita, vivendo com um pai bêbado e hostil (Jackson Antunes) que batia na esposa Rocilene (Cláudia Ohana) é usada com atenção por Poyart para nos convencer de que o esporte – as artes marciais, na ocasião da juventude de José Aldo (José Loreto) em Manaus – era seu único meio de escape.

O resumo de sua vida segue com a mudança para o Rio de Janeiro, quando passa a morar de favor com o amigo Marcos (Rafinha Bastos) na academia daquele que viria a ser seu treinador profissional, Dedé Pederneiras (Milhem Cortaz). É lá também que conhece Vivi (Cleo Pires), garota que “não era para o bico dele”, adianta Marcos, mas que viria ser conquistada pelo campeão José Aldo.

Sofrimento, determinação, romance, sucesso e vitórias internacionais e Mais forte que o mundo acaba soando como um belo portfólio do lutador.

E num esforço de criação para dar alguma complexidade narrativa temos o filme apegando-se a um dúbio conflito interno em Aldo a respeito de seu amor e repulsa pelo pai.

Poderia render algo delicado, essa história, mas fica apenas na insistência da grosseria e nas incessantes cenas de porrada em excessiva câmera lenta. O mesmo recurso que Poyart usou e abusou quando já era um cansado recurso no seu debut 2 Coelhos (2012).

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