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Reportagens

Cine Holliúdy 2 – CCXP Recife (2017)

Halder Gomes, Edmilson Silva e Falcão “desconstroem” o CCXP no Recife ao vir promover “Cine Holliúdy 2”

Por Luiz Joaquim | 15.04.2017 (sábado)

Mas que maravilha ser adolescente (seja de qualquer idade) nos dias de hoje e ter acesso a um evento como o Comic Con Experience (CCXP), cuja primeira edição no Nordeste encerra amanhã (16/4) no Centro de Convenções de Pernambuco.

Maravilha por que? Porque o evento é o espaço perfeito para saciar o colossal universo habitado por nerds que vinculam as cores, os brilhos e as fantasias de produtos pop para estenderem em sua própria existência o estado de felicidade – sendo parte disso a transfiguração pela qual se submetem (os cosplay) para passarem alguns momentos na vibração de que são mesmo algum super-herói ou mesmo vilão; ao mesmo tempo em que outros fãs registram em foto de celular essas fantasias elaboradas.

Acessar o CCXP tornou-se desejado exatamente por ser um ambiente que agrega num mesmo local um volume bastante grande de referências às criações contemporâneas de entretenimento que rendam muuuito dinheiro para seus criadores. São, em particular, lançamentos do cinema-pipoca, dos games, de HQ, séries de tevê e derivados.

O criador do Comic Com foi mesmo um gênio. Deu textura, cor e solidez maciça a algo que se entendia apenas como virtual e, lógico, cobra-se ingresso caro para que os fãs tenham acesso à essa Disneylândia dos geeks, por assim dizer.

O que se “entendia apenas como virtual” é exatamente a gigantesca massa humana de geeks que dedicam boa parte de seus dias alimentando redes sociais e blogs com qualquer tópico sobre seu favorito produto da indústria da diversão.

Nesse sentido, em apenas um passeio pelo CCXP, o que se vê é algo bonito. Algo como uma irmandade que previamente já se entendia muito bem pela comunicação virtual e num encontro real se solidariza e se ajuda caso surja alguma dificuldade num encontro como esse, apinhado de gente excitada.

Num ambiente assim – e o evento é bastante caprichado em sua produção, organização e programação – qualquer detalhe vira motivo de festa entre os nerds. Num dos estandes montados, por exemplo, pessoas numa longa fila aguardavam para fazer sua foto posada ao lado de um boneco simulando o dróide BB-8 do filme Rouge One.

Fora daquele ambiente, se duas esferas de isopor estivessem coladas um sobre a outra, e pintadas com as cores e traços do BB-8, talvez não fizesse tanto sucesso como a exposta no CCPX. Ou seja, para fazer vale estar ali, tudo passa pela questão de querer acreditar na fantasia. E ser feliz.

CINE HOLLIÚDY 2 – No CCPX o Teatro Guararapes virou Auditório Twitch. E lá estava com seus 2.400 lugares todos ocupados, na manhã deste sábado (14), para receber Marcelo Forlani, que falou do filme O doutrinador, de Affonso Poyart (de 2 Coelhos) a ser lançado pela distribuidora brasileira Downtown Filmes em setembro de 2018, pouco antes das eleições para presidente no Brasil. O filme apresentará um militar aposentado que vira um justiceiro mirando políticos e empreiteiros corruptos.

A multidão no Teatro também esperava o cearense Halder Gomes, que veio divulgar os bastidores do Cine Holliúdy 2: A chibata sideral. Produção, que encerrou filmagens há poucos meses e deve ser lançado também no próximo ano.

O diretor Halder estava acompanhado de Edmilson Silva – o herói Francisgleidysson (nome cearense mesmo) de Cine Holliúdy -, e do cantor-ator Falcão. Falcão interpreta no novo filme um cego que aparece como assistente de direção para uma produção cinematográfica rodada dentro do enredo de Holliúdy 2.

O tal filme a ser rodado dentro do enredo, inclusive, lança um anúncio em busca de elenco. Mas o candidato precisa ser feio, diz o anúncio. “Era um teste de elenco para encontrar um alien natural, lá no Ceará”, brincou Halder. E Edmilson emendou: “o povo lá é feio mas é feliz”, para depois pedir: “Pessoal, acende aí a luz do teatro pra eu ver ser tem gente aqui que podia trabalhar em Cine Holliúdy!”.

Halder brincou dizendo “às vezes a gente maquiava o povo só pra salientar um pouquinho a feiura”. E, na sequência, Falcão deu uma palhinha da trilha sonora cantando Ô povo feio, composição perfeita para o tal teste de seleção de elenco.  A letra diz assim:

Ô povo feio,

dos peito arriado,

Ô povo feio,

da cabeça grande,

Ô povo feio,

do pé quadrado,

Ô povo feio.

Os peito em cima do bucho,

e o bucho em cima dos ovos,

e os ovos lá no joelho,

Ô povo feio”

 

Antes de tudo isso, a primeira gréia da manhã que Halder e sua turma tiraram com a mega-estrutura do CCXP foi provocar um desafio ao sistema que legendava às falas dos convidados, que eram projetadas simultaneamente na tela gigante montada no palco. Edmilson e Falcão, com seu “cearensês”, diziam palavras que o sistema registrava errado, como por exemplo, “galhado” para “gaiato”.

Edmilson e Falcão também falaram propositadamente muito rápido só para ver se o sistema conseguia acompanhar. “Esse aplicativo não tá com nada”, brincou Edmilson, para logo depois ler pela legenda: “não sou um aplicativo”, ou seja, era um operador digitando ao vivo, e que se vingou escrevendo na sequência para o trio: “Aí… dentro!”, uma gíria própria de “vingança” praticada no “cearensês”.

Com a plateia já completamente conquistada pelo trio, Edmilson adiantou algumas informações sobre o novo filme, como a luta que Francisgleydison terá com um bispo (interpretado pelo próprio Edmilson), “ou seja, eu me lasco de todo jeito nessa briga”, concluiu.

O ator encerrou pedindo ao público que ainda não havia visto o primeiro Cine holliúdy e O shaolin do sertão que procurasse ver. “São produtos de nossa região, que fizeram sucesso também no exterior. Agora, vá ver no cinema! Tem filme que é pra ver numa tela grande como essa. Pra sentir o negócio entrando” (risos da plateia).

Halder Gomes fechou o debate adiantando que uma sequência para O Shaolin do sertão já está sendo preparada, com o aval da Downtows Filmes.

Agora é aguardar para sorrir um pouco mais.  

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