O cinema pernambucano ocupa lugar de destaque na 11° Mostra de Cinema de Tiradentes, em Minas Gerais, que começou como um evento pequeno, não-competitivo, e se tornou uma das vitrines mais sólidas e interessantes para novos realizadores do País, além de espaço privilegiado para reflexão crítica. O festival acontece entre os dias 18 e 26 de janeiro e terá foco na juventude brasileira, tanto como objeto dos filmes quanto dos realizadores em si. No total, a mostra vai exibir 126 filmes, sendo 27 longas-metragens, 35 curtas e 64 vídeos. Um dos destaques é a estréia da versão definitiva do primeiro longa-metragem de Kleber Mendonça Filho, “Críticos”, que teve um corte ainda incompleto exibida no festival de documentários “É Tudo Verdade”. A produção trata de mostrar a tensão entre cineastas e críticos, num apanhado de mais de 50 entrevistas com personalidades do cinema. O filme será exibido na terça, 22.

Outro longa pernambucano no festival é “Amigos de Risco”, de Daniel Bandeira, em sua primeira exibição após a estréia, no Festival de Brasília. Assim como “Críticos”, o filme vai concorrer ao Prêmio Aurora, inovação do festival que inclui diretores em seu primeiro longa-metragem, como estímulo a um olhar autoral e de maior disposição para o risco. Os contemplados receberão serviços de laboratório e material para suas próximas produções. No campo dos curtas-metragens foram incluídos na programação, “Décimo Segundo”, de Leonardo Lacca, que levou o prêmio de Melhor Diretor no Festival de Brasília, além de “No Rastro do Camaleão”, de Eric Laurence, exibido no Cine PE do ano passado, e “Ocidente”, de Leonardo Sette.

Fora os filmes pernambucanos, a cidade histórica de Tiradentes verá filmes brasileiros que participaram de festivais como Cannes e Clermont-Ferrand (a maior vitrine de curtas-metragens do mundo). Além do prêmio Aurora, haverá mais três programas: “Vertentes”, focada em obras que privilegiam a experimentação de linguagem, “Olhares”, com filmes premiados que farão carreira em 2008 e “Juventude em Trânsito”, onde se enquadra “Deserto Feliz”, do pernambucano Paulo Caldas, premiado em Gramado.

Entre os filmes de outras partes do Brasil, também merece menção “Ainda Orangotangos”, primeiro longa-metragem do gaúcho Gustavo Spolidoro, filmado em um único plano-sequência que forma um painel de Porto Alegre e exibido na Expectativa da Fundação Joaquim Nabuco. Serão exibidos também “Cleópatra”, do veterano Júlio Bressane, que dividiu opiniões em Brasília, “Meu Mundo em Perigo” de José Eduardo Belmonte e “Falsa Loura”, de Carlos Reichenbach. Por sinal, Rosane Mulholland, protagonista de “Falsa Loura” será uma das homenageadas, junto com o baiano João Miguel, de “Cinema, Aspirinas e Urubus”.