Rocky Balboa
Stallone e Rocky em busca da glória
Por Luiz Joaquim | 31.01.2007 (quarta-feira)
O carnaval antecipou para amanhã a estréia de “Rocky Balboa” (EUA, 2006) nos cinemas do Nordeste. O filme só entra em cartaz no Sudeste na próxima semana. Este é o sexto da franquia com o boxeador mais popular do cinema. Para quem acompanha a trajetória do personagem, iniciado há 31 anos com “Rocky, Um Lutador” – dirigido por John G. Avildsen e premiado com o Oscar de direção, filme e edição – não é fácil separar a análise cinematográfica dessa nova empreitada com a emoção de rever o pugilista na tela, mais uma vez pulando ao som da inconfundível música de Bill Conti.
Silvester Stallone, 61 anos, é esperto. Sabe que o carcamano brucutu da Filadélfia é sua criação mais querida no cinema e aproveitou para fazer o canto do cisne dele justamente numa época em que sua carreira (a do ator) anda em baixa estação; e ainda vem por aí, em 2008, “Rambo 4” .
“Rocky Balboa”, o filme, tem uma trilha sonora lacrimejante, diálogos toscos com expressões como “Isso é o que é” ou “Nada acaba antes do final”, e ainda mostra uma única luta, mal filmada e com montagem pobre. Para qualquer jovem espectador de cinema, o filme parecerá uma bobagem. Para qualquer outro espectador, conhecido velho de Balboa, o filme é um reencontro, pouco empolgante, é verdade, mas com um amigo que nunca mais vira.
No novo filme, o lutador está viúvo e nostálgico como nunca. Quando não está lendo ao lado do túmulo da falecida Adrian (Talia Shire), está em seu restaurante contado história da época do ringue na mesa dos clientes. Eis que por um programa de TV, Rocky vê uma luta simulada por computador entre ele e o invicto e atual campeão mundial dos pesos pesados, Dixon (Antonio Tarver), com quase metade de sua idade.
Ouvindo os comentaristas esportivos dizer que a técnica do “Garanhão Italiano” está ultrapassada, Balboa resolver tirar uma nova licença para lutar e inicia um treino só para fazer lutas pequenas. Mas os agentes de Dixon vêem aqui uma ótima oportunidade de fazer dinheiro a acertam a tal luta entre o novo e o velho.
Em resumo, esse sexto “Rocky”, como filme é uma bobagem emotiva, mas, relacionando-o com a carreira de Stallone é tão interessante quanto foi o primeiro, de 1976. “Rocky, O Lutador” tirou Stallone, do anonimato, até então um ator de pontas e de produções pornô. O levou ao estrelato conduzindo-o por um trajeto de sucesso idêntico ao do boxeador que interpretava. Em 2007, Stallone também está velho e ainda é famoso como o personagem do novo filme, mas, também como Rocky, parece precisar provar para si mesmo que ainda consegue entreter com uma história evocando valores pela moral de uma luta.
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