Próximo dia 17, o Cine Rosa e Silva inaugura a Sala Fernando Spencer; na realidade faz a adequação de uma de suas três salas para receber uma programação diferenciada de filmes com teor mais reflexivo. O polêmico “Maria” (EUA, 2005), de Abel Ferrara, é a obra que dará partida a uma grade de lançamentos sob a curadoria da jornalista e produtora cultural Carol Ferreira, convidada pela empresária Sandra Queiroz, que tomou as rédeas da administração das salas em setembro último.

Ferreira destaca que vê com bons olhos essa nova janela na cidade projetando títulos “alternativos”. “Acho que o mais importante é que as pessoas percebam que, neste caso, há um raciocínio criterioso na seleção de filmes para apurar a educação e a formação cinematográfica da platéia”, explica a curadora. Carol observa também “o surgimento, junto ao Cinema da Fundação, o Apolo e futuramente o São Luiz, de um circuito em comunhão na cidade para um cinema de qualidade”.

A programadora adianta que a administração do espaço também já providenciou alguns ajustes técnicos nos equipamentos como a melhora na luminosidade da projeção, a adequação do processador de som para receber películas com banda sonora no formato “cyan” e, deverá também promover o chamado “interlog” na grade de programação, ou seja, uma mesma cópia do filme poderá ser exibida em mais de uma sala.

12 TRABALHOS
Hoje, a futura Sala Fernando Spencer já projeta um filme que merece mais atenção: é o brasileiro “Os 12 Trabalhos” (2007), filme de Ricardo Elias, vencedor de cinco Calungas (direção, ator, coadjuvante, roteiro e trilha sonora) no 11º Cine-PE. O enredo traz à São Paulo de hoje a mítica história de Heracles (o Hércules romano), colocando num motoboy (Sidney Santiago) as angústias de uma desvalido diante das diversas opressões da megalópole; ao mesmo tempo em que lhe dá espaço para que jogue um olhar, em tom carinhoso, sobre a vida e os sonhos desses habitantes que vivem nesta selva.