Idioma e linguagem do cinema agregam no Cineport
3° Cineport (2)
Por Luiz Joaquim | 11.05.2007 (sexta-feira)
João Pessoa (PB) – Não é uma Torre de Babel, pois o idioma une a todos no 3º Cineport – Festival de Cinema de Países de Língua Portuguesa, mas o complexo Usina Cultural Saelpa (da companhia elétrica da Paraíba) parece um caldeirão étnico por vir, há uma semana, abrigando dezenas de cineastas dos oito países lusófonos existentes. O espaço agrega duas tendas de cinema (com capacidade individual de 600 lugares), um palco para shows, um restaurante, uma galeria de arte e uma livraria.
Com exceção do encontro de literatura, realizado na UFPB, da programação infantil pela manhã no Cine Bangüê, e do Cine Volante realizado em praças da cidade, é o Usina Cultural onde o público paraibano se concentra para conhecer os longas e curtas-metragens – em mostra competitiva – da Europa, África e América Latina.
Na noite de quarta-feira, dois longas de Portugal mostraram o quão diversificada (e qualitativamente irregular) está a atual produção lusitana. O interessante suspense “Coisa Ruim”, de Tiago Guedes e Frederico Serra, estimulou a imaginação da platéia com a história de uma maldição que atinge uma família lisboeta ao herdar uma pequena casa no interior de Portugal.
Na seqüência, o fraco “Mulheres do Brasil”, de Malu Martino, parece ter empolgado a platéia mais pelas atrizes presentes na tela (Camila Pitanga, Beth Coelho, Dira Paes), que pelo desenvolvimento do filme em si.
Sem a força narrativa de “Coisa Ruim”, o último filme da noite, “Pele”, terceiro longa do português Fernando Vendrell, apresentou a frouxa história de uma mulata adotada por uma família rica na Lisboa em início dos anos 1970. Apesar de ser linda, cortejada por quatro homens e ter destaque na universidade, ela sofre – de forma inócua no contexto do filme – pelo preconceito da pele. Daí parte para descobrir sua identidade no teatro. “Pele” é uma espécie de cruzamento entre o filme “Atabaques de Nzinga”, exibido recentemente no Cine-PE, com a telenovela “Da Cor do Pecado”. Ingênuo e previsível.
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