O Ex-Namorado da Minha Mulher
Busca frustada pela humor
Por Luiz Joaquim | 27.07.2007 (sexta-feira)
Os fãs de séries norte-americana de TV paga conhecem bem o ator Zach Braff como o enfermeiro protagonista de “Scrubs”, exibido pela Sony. Braff migrou para o cinema em 2004 quando dirigiu e atuou em “Hora de Voltar” (2004), fazendo uma espécie de semi-auto-biografia, mostrando sua perspectiva do mundo após a fama na TV. Apareceu também em “Um Beijo a Mais”, uma refilmagem simplória do ótimo italiano “O Último Beijo”. Agora ele chega em uma comédia romântica rasa e inofensivo chamada “O Ex-Namorado de Minha Mulher” (Fast Track, EUA, 2006), sob direção de Jesse Peretz.
Se nos anteriores ainda era possível enxergar alguma pretensão reflexiva sobre seus personagens e interessante estrutura de roteiro, agora Braff entrega-se ao besteirol na pele de Tom, um chef que assina sua demissão quando Sofia, sua esposa (Amanda Peet, no automático) está prestes a conceber o filho do casal. Numa mudança radical de vida, eles deixam Nova Iorque e vão para Ohio, onde Tom aceita o emprego na agência publicitária, estilo New Age, onde trabalha o pai de Sofia. Lá Tom encontra um ambiente pateticamente feliz apenas para disfarçar a hostilidade entre seus companheiros.
O conflito principal do filme concentra-se na disputa que nasce entre Tom e o paraplégico Chip (Jason Bateman). Além de estrela maior da agência (“o publicitário do ano em Ohio”), Chip namorou Sofia na época da faculdade.
De um modo geral, “O Ex-Namorado…” apóia-se na estrutura cansada do cara legal que é vítima das pessoas esquisitas ao seu redor, ou seja, o que Braff está habituado a fazer na TV. A diferença é que aqui os acidentes inusitados em situações esdrúxula – que parecem funcionar no cinema apenas na pele de Ben Stiller – dão baixa voltagem de entretenimento ao público. Dividindo atenção com essa questão, está o romance em crise de Tom com sua esposa, mas também não é aqui que o filme decola.
O subtrato de graça que pode ser encontrado aqui, são as sátiras feitas ao mundo publicitário e ao universo de um escritório com sua particular idiossincrasia. Mas aí é melhor ver o também independente “Como Enlouquecer Seu Chefe” (1999).
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