Cineasta de uma efervescente geração mineira
Sobre Carlos Alberto Prates Correia
Por Luiz Joaquim | 05.08.2007 (domingo)
Carlos Alberto Prates Correia vem de uma geração efervescente do pensamento e produção de cinema em Minas Gerais – geração composta ainda por nomes como Geraldo Veloso, Flávio Werneck, Tiago Veloso, Schubert Magalhães, Geraldo dos Santos Pereira, Victor Almeida, Marcos Rocha e Ricardo Gomes Leite. “Fomos pioneiros porque fazer cinema em Minas nunca foi nada fácil”, conta Veloso, hoje presidente do Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) de Belo Horizonte e amigo pessoal de Prates.
“Ele é quase um irmão mais velho. Tivemos juntos nossa primeira experiência em cinema, como estagiários de ‘O Padre e a Moça’, do Joaquim Pedro”. Veloso também fundou o Centro Mineiro de Cinema Experimental junto com vários desses nomes – incluindo Prates Correia. “A estréia do Cemice na produção foi justamente o primeiro curta do Prates, ‘O Milagre de Lourdes'”, relembra. “O Carlos tem um tipo de cinema bem pessoal, assim como é sua visão de Minas e das relações afetivas”.
Algo semelhante diz o cineasta e pesquisador Paulo Augusto Gomes, que acompanhou filme a filme a obra de Prates nos cinemas. “Há poesia nas imagens, nas quais o humor brota naturalmente. O universo dele se faz de pequenas situações se somando até formarem um mosaico”. Victor de Almeida, que estudou sociologia com Prates Correia e com quem mantém contato até hoje, conta que o amigo se diferenciava de boa parte dos envolvidos com cinema em Minas por conta de seu pragmatismo.
“Enquanto muitos de nós sonhávamos com o cinema, o Carlos foi lá e fez”, relembra Victor. O músico Tavinho Moura, parceiro de Prates em todos os seus filmes (seja como compositor, ator ou assistente – ou tudo junto), define: “Ele é um criador experimental, brilhante e sensível”. E Paulo Augusto completa: “O cinema do Carlos é um cinema de loucuras”.
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