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Reportagens

O mar canta mais uma vez

O Canto do Mar volta ao cinema

Por Luiz Joaquim | 11.09.2007 (terça-feira)

Não é um evento raro, é raríssimo, o que a coordenação de multimeios da Prefeitura do Recife oferece amanhã (12-09-07), no Cineteatro Apolo às 19h e com entrada franca, ao promover a projeção em película (16mm) de “O Canto do Mar”, seguido por debate com Fernando Monteiro. O filme foi rodado no Recife entre 1952/53 por Alberto Cavalcanti e é considerado pelo próprio como um de seus melhores trabalhos, entre os mais de 50 que dirigiu de 1926 a 1977.

“O Canto…” fala de retirantes que correm atrás de uma vida melhor no sudeste do País. O assunto já havia sido focado por Cavalcanti em “En Rade”, que o diretor rodou na França em 1927. Na adaptação brasileira, ele conta a história de uma família pobre, sustentada pela mãe lavadeira, triste com a loucura do marido, preocupada com o filho pequeno doente e a filha que tenta uma vida melhor pela prostituição. O único motivo de alegria é o filho Raimundo, mas este só tem um plano na vida: ir de navio para o sul com a namorada.

Na época de seu lançamento, “O Canto do Mar” era acusado de alienado, e que o olhar estrangeiro de Cavalcanti, que vivera anos na Europa, dava um enfoque distorcido sobre nossa cultural. Passaram-se os anos e entende-se hoje que o filme é uma obra universal, com qualidades técnicas e dramáticas que só um mestre como Cavalcanti conseguiria alcançar.

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