40º Festival de Brasília (premiação 2007)
BRASILIA (DF) – Os dois curtas pernambucanos que concorreram no suporte 35mm se deram bem no 40º Festival de Brasilia. Camilo Cavalcanti levou, pela primeira vez em 12 anos de carreira, o premio de melhor roteiro com “O Presidente dos Estados Unidos”, enquanto Leonardo Lacca levou o Trofeu Candango de Melhor Diretor com “Decimo Segundo”. Em seu discurso, Lacca respondeu as vaias que sua […]
Por Luiz Joaquim | 28.11.2007 (quarta-feira)
BRASILIA (DF) – Os dois curtas pernambucanos que concorreram no suporte 35mm se deram bem no 40º Festival de Brasilia. Camilo Cavalcanti levou, pela primeira vez em 12 anos de carreira, o premio de melhor roteiro com “O Presidente dos Estados Unidos”, enquanto Leonardo Lacca levou o Trofeu Candango de Melhor Diretor com “Decimo Segundo”. Em seu discurso, Lacca respondeu as vaias que sua obra levou no dia da exibicao. “Aprendi nesse festival que, quando voce acredita no que faz, tem que seguir em frente, por mais que algumas pessoas nao gostem do resultado”. O Estado tinha mais dois representantes na competicão: o curta em 16mm “Nacao Molambo” e o longa “Amigos de Risco”, o unico a nao ganhar premios em sua categoria.
Ao lado da alegria dos diretores locais, o encerramento do festival tambem deu margem à polemica. O grande vencedor foi “Cleopatra”, de Julio Bressane (foto), com seis Candangos, o que causou insatisfacão da plateia. Ao ser anunciado o nome de Alessandra Negrini como Melhor Atriz, as vaias tomaram conta do Teatro Nacional, evidenciando a preferencia pela outra favorita, a excelente Rosane Mulholland, de “Falsa Loura”. E a desaprovacao so cresceu com a confirmacao do trabalho mais recente de Bressane como Melhor Filme. “Muito obrigado pela gentileza e inteligencia de voces”, ironizou o diretor, ao tomar a palavra.
O filme de Carlos Reicehnbach foi a grande decepcão do festival, levando apenas o premio de melhor atriz coadjuvante, pelo bom trabalho de Djin Sganzerla. “Chega de Saudade”, o favorito do publico, levou, alem do juri popular, os trofeus de melhor roteiro e direcao. Ao agradecer, Lais Bodanzky nao deixou de dar uma declaracao com uma frase capciosa. “O filme so se completa quando chega no publico”. Seria uma provocacao ao maior ganhador da noite, que disse, no festival, ser um milagre que mais de tres pessoas assistam a seus filmes? O filme do diretor local Jose Eduardo Belmonte foi lembrado com os premios de Melhor Ator (Eucir de Souza), Melhor Ator Coadjuvante (Milhem Cortaz, impecavel) e o Premio da Critica. “Anabazys”, de Paloma Rocha e Joel Pizzini, recebeu o Premio Especial do Juri e Melhor Montagem.
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LONGA-METRAGEM 35MM
Melhor Filme – R$ 80.000,00
Filme: CLEÓPATRA, de Julio Bressane
Melhor Direção – R$ 20.000,00
LAÍS BODANSKY por Chega de Saudade
Melhor Ator – R$ 10.000,00
EUCIR DE SOUZA por Meu Mundo em Perigo
Melhor Atriz – R$ 10.000,00
ALESSANDRA NEGRINI por Cleópatra
Melhor Ator Coadjuvante – R$ 5.000,00
MILHEM CORTAZ por Meu Mundo em Perigo
Melhor Atriz Coadjuvante – R$ 5.000,00
DJIN SGANZERLA por Falsa Loura
Melhor Roteiro – R$ 10.000,00
LUIZ BOLOGNESI por Chega de Saudade
Melhor Fotografia – R$ 10.000,00
WALTER CARVALHO por Cleópatra
Melhor Direção de Arte – R$ 10.000,00
MOA BATSON por Cleópatra
Melhor Trilha Sonora – R$ 10.000,00
GUILHERME VAZ por Cleópatra
Melhor Som – R$ 10.000,00
E ainda Prêmio Dolby: consiste na licença para usar o sistema de som Dolby (equivalente a 4 mil dólares)
LEANDRO LIMA por Cleópatra
Melhor Montagem – R$ 10.000,00
RICARDO MIRANDA por Anabazys
PRÊMIO ESPECIAL DO JÚRI
ANABAZYS, de Paloma Rocha e Joel Pizini
CURTA-METRAGEM EM 35MM
Melhor Filme – R$ 20.000,00
Filme: TRÓPICO DAS CABRAS, de Fernando Coimbra
Melhor Direção – R$ 10.000,00
LEONARDO LACCA por Décimo Segundo
Melhor Ator – R$ 5.000,00
WOLNEY DE ASSIS por Enciclopédia do Inusitado e do Irracional
Melhor Atriz – R$ 5.000,00
LARISSA SALGADO por Trópico das Cabras
Melhor Roteiro – R$ 5.000,00
CAMILO CAVALCANTE por O Presidente dos Estados Unidos
Melhor Fotografia – R$ 5.000,00
LULA CARVALHO por Trópico das Cabras
Melhor Montagem – R$ 5.000,00
LUIZ GUIMARÃES DE CASTRO por Eu sou assim – Wilson Batista
CURTA OU MÉDIA OU LONGA-METRAGEM EM 16MM
Melhor Filme – R$ 15.000,00
Filme: CONVITE PARA JANTAR COM O CAMARADA STALIN, de Ricardo Alves Junior
Melhor Direção – R$ 10.000,00
RICARDO ALVES JUNIOR por Convite para jantar com o Camarada Stalin
Melhor Ator – R$ 5.000,00
ARDUINO COLASSANTI no filme Esconde Esconde, de Álvaro Furlan
Melhor Atriz – R$ 5.000,00
SUZANNA KRUGER no filme Esconde Esconde, de Álvaro Furlan
Melhor Roteiro – R$ 5.000,00
ALVARO FURLONI, pelo filme Esconde Esconde
Melhor Fotografia – R$ 5.000,00
TOMAS PERES SILVA, Convite para jantar com o Camarada Stalin, de Ricardo Alves Junior
Melhor Montagem – R$ 5.000,00
MARINA MELIANDE, por O LABIRINTO, de Gleysson Spadetti
Premio Especial do Júri para O CRIADOR DE IMAGENS, de Diego Hoefel e Miguel Freire
Menção Honrosa para SISTEMA INTERNO, de Carolina Durão
PRÊMIO JÚRI POPULAR
Melhor longa-metragem em 35mm – R$ 30.000,00
Filme: CHEGA DE SAUDADE, de Laís Bodansky
Melhor média ou curta-metragem em 35mm – R$ 20.000,00
Filme: EU SOU ASSIM – WILSON BATISTA, de Luiz Guimarães de Castro
OUTROS PRÊMIOS
CÂMARA LEGISLATIVA DO DISTRITO FEDERAL
Exclusivo para produções do Distrito Federal
Melhor longa-metragem em 35mm R$ 50.000,00
E ainda Prêmio Quanta – R$ 10.000,00 em equipamentos de iluminação e maquinaria
Filme: SIMPLES MORTAIS, de Mauro Giuntini
Melhor média ou curta-metragem em 35mm R$ 10.000,00
E ainda Prêmio Quanta – R$ 8.000,00 em equipamentos de iluminação e maquinaria
Filme: DIA DE VISITA, de André Luís da Cunha
Melhor filme em 16mm r$ 5.000,00
E ainda Prêmio Quanta – R$ 4.000,00 em equipamentos de iluminação e maquinaria
Filme: OLHOS NOS OLHOS, de Johil Carvalho e Sergio Lacerda
PRÊMIO ABCV DF 2007
Brasília, Cinema e Vídeo. De Brasília, as árvores do cerrado. De Cinema e Vídeo,os rolos de filmes e fitas, o movimento. Da união, o troféu realizado com a madeira Jacarandá do Cerrado. Suas peças de madeira torneada fixadas excentricamente em um eixo vertical levam à brincadeira cinética, que transmuta o perfil da árvore torta; assim como Cinema e Vídeo em Brasília, crescendo e se transformando.
Projeto: Poema Mühlenberg. Marceneiro responsável: Stanley Altoé. Matéria-prima: Jacarandá do Cerrado encontrado tombado em jardim da Universidade de Brasília. Executado na Marcenaria da Maquete da UnB
Filme: DONA CUSTÓDIA, de Adriana Andrade
PRÊMIO DA CRÍTICA
Troféu Candango
Melhor Longa 35mm
Pela excelência de uma realização que evidencia a disposição em correr riscos, a exemplo da ousada concepção da trilha sonora, da câmera e da fotografia, o prêmio da crítica em longa-metragem 35mm vai para:
MEU MUNDO EM PERIGO, de José Eduardo Belmonte
Melhor Curta 35mm
Pelo apuro de sua montagem, a força da expressão de seus personagens e os contrastes de sua história sobre a desconstrução de um amor exaltado pela melancolia de uma viagem silenciosa pelo abismo cotidiano, o prêmio da crítica em curta-metragem 35mm vai para:
TRÓPICO DAS CABRAS, de Fernando Coimbra
PRÊMIO AQUISIÇÃO CANAL BRASIL
Cessão de dois prêmios, no valor de R$ 5.000,00 cada, a dois curtas 35mm, selecionados pelo júri Canal Brasil. Os filmes, futuramente, serão exibido pelo Canal Brasil.
Neste ano, formado pelos jornalistas André Miranda/O Globo; João Sampaio/Jornal A Tarde, de Salvador; Rudney Flores/Gazeta do Povo, de Curitiba;Carlos Heli/Jornal do Brasil, Rio de Janeiro e Neusa Barbosa (Cineweb/Reuters, São Paulo.
Filme: CAFÉ COM LEITE, de Daniel Ribeiro
Filme: TRÓPICO DAS CABRAS, de Fernando Coimbra
PRÊMIO SARUÊ
Conferido pela Equipe de Cultura do Correio Braziliense
Ao privilegiar a emoção em vez da denúncia, os filmes da 40a edição do Festival de Brasília presentearam o público com cenas de grande impacto. Lembraremos para sempre, por exemplo, da desconcertante sequência do videokê de Falsa Loura , e da dança redentora dos personagens de Leonardo Villar e Tonia Carrero em Chega de Saudade, bem como as sequências dos personagens de Stepan Nercessian e Cássia Kiss . Também ficou registrado o trabalho impecável de pesquisa e de montagem em Anabazys, que mostrou a uma nova geração a riqueza do processo criativo de Glauber em A Idade da Terra. Mas a equipe de jornalistas do Correio Braziliense observou que, em um festival de closes mais do que expressivos, o melhor momento do festival não poderia deixar de ser a performance arrebatadora de um ator que tem a emoção estampada no rosto. Um ator que, em cumplicidade com a direção e com seus colegas de cena, demonstrou total entrega a um personagem que carrega a marca da tragédia iminente. Cenas como a do julgamento da guarda do filho, a do choro no hotel e a do desfecho trágico de seu personagem, permanecem nas nossas memórias como sequências de altíssimo teor dramático, de um filme autoral e inventivo. Por todos esses motivos, o Correio Braziliense escolheu para receber a escultura confeccionada pelo artista plástico brasiliense Galeno, como melhor momento da 40a edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro a atuação de EUCIR DE SOUZA, o ELIAS de MEU MUNDO EM PERIGO.
PRÊMIO SARUÊ ESPECIAL – 40 ANOS
Para marcar os 40 anos do festival, o caderno Pensar, do Correio Braziliense, realizou uma enquete com 20 especialistas brasileiros, que elegeram os dez melhores filmes entre todos os vencedores da história do festival. Ganhadores inesquecíveis como Tudo bem, Todas as mulheres do mundo, Iracema – Uma Transa Amazônica, Santo Forte e A hora e Vez de Augusto Matraga ficaram entre os dez mais votados. Mas o filme que ganhou a enquete foi o vencedor da quarta edição do Festival, realizada em 1968. Um filme definido pelo próprio diretor como “um faroeste do terceiro mundo”: O BANDIDO DA LUZ VERMELHA, de Rogério Sganzerla. Para homenagear o Bandido e a memória de Sganzerla, chamamos ao palco a atriz Helena Ignez para receber escultura confeccionada pelo artista plástico brasiliense Galeno.
PRÊMIO MARCO ANTÔNIO GUIMARÃES
Conferido pelo Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro para o filme que melhor utilizar material de pesquisa cinematográfica brasileira.
Filme: CRIADOR DE IMAGENS, de Diego Hoefel e Miguel Freire – um ensaio sobre o olhar do fotógrafo Mario Carneiro
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