África na calçada da fama
Você já ouviu falar de Genevieve Nnaji?
Por Luiz Joaquim | 28.11.2007 (quarta-feira)
Para quem cresceu escutando nomes como John Travolta, Brad Pitt e até a cantora pop Madonna no cinema, ver uma matéria falando de Genevieve NNaji, famosíssima atriz de cinema nigeriana parece estranho. Não é engano, você leu Nigéria mesmo. Mesmo com as dificuldades econômicas, o país africano tornou-se terceiro maior pólo cinematográfico do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Índia, esta com um faturamento de US$ 250 milhões ao ano.
Com pouca disponibilidade de orçamento, os filmes são produzidos a maioria em tecnologia digital. A prova do baixo custo está na edição, feita em computadores caseiros pelos mais de 300 cineastas que atuam na cidade de Lagos, com programas caseiros vendidos em qualquer loja de software. Ao ano, são produzidos mais de mil e duzentos filmes, mais que Hollywood, que amarga 400 produções anuais.
A Nigéria começou a fazer filmes quase ao acaso. Em 1992, o clássico Living in Bondage, do diretor Chris Obi Rapu, foi comercializado em camelôs e acabou vendendo mais de 750 mil cópias. Vendo que o cinema poderia gerar lucro, muitas produtoras resolveram fazer seus próprios filmes em VHS mesmo, evoluindo aos poucos em qualidade e hoje são conhecidos mundialmente também por lançar celebridades que tornam-se mais conhecidas que políticos, a exemplo da bela Genevieve NNaji, atriz nigeriana mais famosa do país.
Com 24 anos, NNaji começou sua carreira em 1999, mas só em 2002 teve o sucesso esperando, com o romance Women Affair. Mas como toda celebridade , precisa esconder-se ao andar nas ruas, além de mudar de telefone toda vez que a imprensa descobre o número. Apesar do sucesso, a atriz ganha no máximo US$ 20 mil. A titulo de comparação, estrelas como Angelina Jolie e Nicole Kidman recebem um cachês em torno de US$ 12 milhões.
Contudo, o fascínicio do cinema nigeriano não está na sua estrutura, mas na velocidade de suas produções. Uma vez que as películas (rolos de fica que se gravam os filmes) são bastante caras, os filmes nigerianos gravam em qualidade digital, o que aumenta a velocidade não apenas da produção como da edição. A título de curiosidade, muitos filmes também não possuem roteiro ou cenário, ao estilo de Fernando Meirelles ao gravar Cidade de Deus, deixando os personagens “o mais natural possíveis”.
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