Mais uma vez a Embaixada da Espanha no Brasil, a Agência Espanhola de Cooperação Internacional e a Fundação Joaquim Nabuco juntam forças e promovem a “Mostra de Cinema Atual Espanhol”. De sexta-feira até terça, cinco produções espanholas – realizadas entre 2004 e 2005 – serão projetadas em sessão única na sala do Derby com entrada franca e legenda eletrônica em português.

Com a programação, sob curadoria da Cooperação Espanhola, tem-se um painel da abrangente temática tanto humano quanto técnica de como anda o cinema naquele país atualmente. Dos cinco títulos escolhidos, apenas um, “A Vida Secreta das Palavras” (dom, 20h10) já foi exibido comercialmente no Recife. Apesar de falado em inglês, a direção é de Isabel Coixet, protegida de Almodóvar e consagrada por aqui com o anterior “Minha Vida sem Mim”.

As melhores apostas entre os inéditos ficam com “Mas Temporadas” – foto acima – (sex, 18h10), de Manuel Cuenca, e o caleidoscópio humano “Tapas” (sáb., 18h40), de Juan Cruz e José Corbacho.

A mostra fecha terça, às 19h10 com “7 Virgens”, de Alberto Rodrigeuz, uma espécie de “Os Incompreendidos” espanhol. O título mais fraco do pacote exibe às 19h na segunda-feira. É o estereotipado “Habana Blues”, de Benito Zambrano. Foi comprado pela Warner, mas de tão fraco, nem foi exibido nos cinemas. No Recife, em 2005, chegou a ter uma projeção na mostra Expectativa do Cinema da Fundação.

Programação

MÁS TEMPORADAS (2005) – sex, 18h10
Diretor: Manuel Martín Cuenca. 115 minutos.
Ana, como cada manhã, pega o trem da redondeza para ir a seu trabalho numa ONG de ajuda aos refugiados. É o mais importante na sua vida, que ocupa todo seu tempo. Carlos, um cubano exilado, ex-piloto em Cuba e último amor de Ana, se dedica a ganhar a vida contrabandeando charutos e objetos de arte da ilha. Mikel, que acaba de sair da prisão, espera um ônibus e pensa na forma de encontrar seu companheiro de cela, que saiu há mais de um ano, e acertar contas. A vida de Ana, Carlos e Mikel vai se relacionando pouco a pouco. Cada um tem de enfrentar seus próprios problemas e tomar suas próprias decisões, mas, todos eles se influenciarão e se ajudarão.

TAPAS (2005), sáb, 18h40
Diretor: Juan Cruz, José Corbacho. 87 minutos.
Cinco histórias se entrelaçam num bairro de Barcelona. Cinco mundos unidos no dia a dia, com o bar, os comércios e o mercado como ponto central, e que nos mostram suas inquietudes, medos, esperanças e sonhos. O medo à doença ou solidão de Mariano e Conchi, dois aposentados do bairro, a esperança e a tristeza de Raquel, mulher de meia idade que vive seu amor via Internet, a incerteza do futuro de César e Opo, dois jovens que trabalham no supermercado do bairro e que preparam suas férias ou a descoberta por parte de Lobo que existe algo mais além do seu bar por meio de sua relação com Mao, seu novo cozinheiro, nos conduzem pela vida de um bairro de trabalhadores.

A VIDA SECRETA DAS PALAVRAS (2005), dom, 20h10
Diretor: Isabel Coixet (mesma de “Minha Vida Sem Mim”). 118 minutos.
Um lugar isolado no meio do mar: uma plataforma de petróleo, onde só trabalham homens, onde houve um acidente. Uma mulher solitária e misteriosa que tenta esquecer seu passado é levada à plataforma para cuidar de um homem que ficou temporariamente cego. Entre eles vai crescendo uma estranha intimidade, um vínculo cheio de segredos, verdades, mentiras, humor e dor, do qual nenhum dos dois sairá ileso e que mudará suas vidas para sempre.

HABANA BLUES (2005), seg, 19h
Diretor: Benito Zambrano. 115 minutos.
Ruy e Tito, dois jovens cubanos têm um sonho comum: se transformarem em estrelas da música. Tito vive com sua avó, uma grande dama da música, tão elegante quanto única. Ruy, por sua vez, vive com a mãe de seus dois filhos, Caridad, uma jovem lutadora que sustenta a família graças ao seu trabalho de artesanato. O dilema e a tentação diante de uma oferta internacional para gravar e atuar fora do país mudará suas vidas e
suas relações com parentes e amigos.

7 VIRGENS (2004), ter, 19h10
Diretor: Alberto Rodríguez. 86 minutos.
Tano, um adolescente que cumpre pena num reformatório, recebe uma licença especial de 48 horas para ir ao casamento de seu irmão Santacana. Durante esse tempo, Tano se reencontra com seu melhor amigo, Richi, e decide viver essas horas com o irresoluto propósito de se divertir, fazer tudo que estava proibido no reformatório: fica bêbado, se droga, rouba, ama e, fundamentalmente volta à vida; se sente livre e exerce essa liberdade com toda a força e a audácia da adolescência. Mas à medida que sua estadia fora do reformatório transcorre Tano também presencia a queda de todos seus referenciais: o bairro, transformado em outro; a família, o amor e a amizade.