Mostra Expectativa (Recife, abertura)
45 filmes serão exibidos em 11 dias
Por Luiz Joaquim | 11.12.2007 (terça-feira)
Qual o evento cinematográfico no Recife que, em termos de maior quantidade, diversidade e melhor qualidade de filmes acontece anualmente? Quem quiser tirar sua própria conclusão não pode cometer a injustiça de neglicencia a programação da “Expectativa” que o Cinema da Fundação Joaquim Nabuco promove todo ano. A nova edição (a décima, desde 1998) segue de hoje a 21 de dezembro.
Até lá, em 11 dias, serão exibidos 45 filmes, entre longas e curtas-metragens, distribuidos em 35 sessões. Destes, temos 26 longas inéditos na região, entre eles a Palma de Ouro em Cannes 2007, uma obra-prima romena chamada “4 meses, 3 semanas, 2 dias”, de Cristin Mungiu, que exibe hoje em sessão única às 20h20.
À propósito, as mostras “Expectiva” da Fundaj são concorridas pela combinação destes dois elementos – sessões únicas e ineditismo – adicionando aí o pedigree dos títulos selecionados. Neste edição, os únicos filmes que terão uma segunda exibição são “Irina Palm”, co-produção belga e inglesa de Mariane Faithful exibido em Berlim 2007; o italiano “Novo Mundo”, de Emanuele Crialese; e o francês “Meu Melhor Amigo”, de Patrice Leconte, com a estrela francesa Daneil Auteuil, com quem Leconte já trabalhou em “A Mulher e O Atirador de Facas”, grande sucesso na Fundaj.
Das pérolas disponibilizada pelo evento estão o novo e impecável Quentin Tarantino, “À Prova de Morte” (sáb., 15, 22h), “Império dos Sonhos”, do mestre David Lynch (dom., 16, às 18h), “Paranoid Park”, novo trabalho premiado em Cannes de Gus Van Sant (dom., 16, 21h20), o clássico “Symphaty for the Devil” (sex., 14, às 18h30), rodado em 1968 por Jean-Luc Godard observando uma certa banda de rock chamada Rolling Stones,
Também o perturbador e forte concorrente ao Oscar estrangeiro da Argentina “XXY”, de Lucía Puenzo (sáb., 15, às 20h10), e ainda, entre outros, o inglês “Control – A História de Ian Curtis” (sex., 21h, às 22h30),que é um olhar do papa dos videoclipes e da direção de shows, Anton Corbijn, sobre a trajetória do vocalista da banda Joy Division (depois New Order), vítimia de um suicídio aos 23 anos.
Entre os brasileiros, a Expectativa 2008 apresenta “Jogo de Cena” (qui., 20, às 20h30), novo trabalho de Eduardo Coutinho, uma investigação sobre a “verdade”, e já tido como um de seus melhores trabalhos. Em “sessão de gala”, a coordenação de Cinema da Fundação, representado nas pessoas de Kleber Mendonça e Luiz Joaquim, traz ao Recife Chico Teixeira, diretor de “A Casa de Alice” (qui., 13, às 20h20) e o gaúcho Gustavo Spolidoro do plano-seqüencia “Ainda Orangotangos” (ter., 18, às 20h), para um debate após a projeção. Outro brasileiro de força na programação é “Mutum” (amanhã, às 20h40), belíssima adaptação de Sandra Kogut para Guimarães Rosa e premiada no último Festival do Rio.
Mais novidades nesta edição estão duas sessões (sex., 14, às 20h30) organizadas pelo Cachaça Cine Clube, do Rio de Janeiro, as quais serão apresentadas pela carioca Lis Kogan, promovendo entre elas a tradicional desgustação da premiada Cachaça São Saruê, fabricada em Igarassu, que apoia a “Expectativa 2008”. Haverá também uma atualização da nova safra de curtas pernambucanos (seg., 17, às 20h), exibindo filmes projetados no Festival de Brasília: “Décimo Segundo”, de Leo Lacca, “O Presidente dos Estados Unidos”, de Camilo Cavalcanti, e o inédito de Leo Falcão “A Vida É Curta”, além da animação “Até o Sol Raiá”, de Fernando Jorge e Leandro Amorim.
Entre as reprises temos apenas três títulos, todos brasileiros, o que é bastante simbólico: “Baixio das Bestas” (hoje, às 16h20), de Cláudio Assis, “Santiago” (qui., 13, às 16h30), de João Moreira Salles, e o furacão “Tropa de Elite” (sex., 14, às 16h10), de José Padilha.
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