11ª Mostra de Tiradentes 2008 – (3)
Amigos de Risco ganha projeção de qualidade em Minas, depois de Brasília
Por Luiz Joaquim | 25.01.2008 (sexta-feira)
TIRADENTES (MG) – Videos e longas-metragens ocuparam o sexto dia da 11ª Mostra de Cinema de Tiradentes. A noite da quinta-feira trouxe os filmes “Onde Andara Dulce Veiga”, de Guilherme de Almeida Prado (SP), “Corpo”, de Rossana Foglia e Rubens Rewald (SP), “O Senhor do Castelo”, de Marcus Vilar (ja exibido no Cine PE) e “Amigos de Risco” (PE), de Daniel Bandeira. Com uma projecao bem melhor do que a vista no Festival de Brasilia, onde estreou, o filme pernambucano, com sua trama que enfoca a juventude de classe media baixa recifense, destoou da selecao do dia, com sua estetica suja, guerrilheira, embora a plateia tenha reagido com aplausos ao final da exibicao. Junto com “Critico”, de Kleber Mendonca Filho, “ADR”, como o filme e conhecido, e um dos sete integrantes da Mostra Aurora, que contem trabalhos de diretores em seu primero longa-metragem.
A primeira sessao foi aberta com “Onde Andara Dulce Veiga”, uma historia de misterio sobre a cantora e atriz famosa do titulo (interpretada por Maite Proenca) que desapareceu sem deixar pistas ha anos e tem sua trajetoria lembrada por um jornalista, que resgata a historia do esquecimento e recebe a missao de esclarece-la. O tom adotado pelas estrelas globais que povoam o filme e propositalmente “over”, exagerado, que toma muita liberdade em misturar generos e experimentar quebras na narrativa ou mesmo efeitos especiais para ressaltar o estado emocional cada vez mais confuso do jornalista. Mas essa pretensa ousadia deixa o filme esquizofrenico, deixando a impressao de que ficou no meio do caminho entre um thriller psicologico de corte mais contemporaneo ou um noir abrasileirado, enquanto resvala em um final feliz com tudo explicadinho, em uma caretice “over” de fazer inveja a novela das seis.
Em “Corpo” (foto acima), o tema da ausencia, do desaparecimento, ganha enfoque completamente diverso, serio, frio e pesado. Artur (Leonardo Medeiros), medico legista, se ve as voltas com um cadaver que parece, aos olhos dele, ter se conservado quase intacto por aproximadamente 40 anos. O que comeca como uma teoria sem sentido o deixa absorvido em uma obsessao em resgatar a historia daquele corpo. No entanto, essa busca, apesar de ser bem-sucedida em seus termos, se mostra inutil para reverter o passado.
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