Sexo com Amor?
Primeiro longa de Wolf Maya é superficial, sem graça e de um profundo mal gosto
Por Luiz Joaquim | 24.01.2008 (quinta-feira)
Seria incoerente dizer que “Sexo com Amor” (Brasil, 2007) é uma decepção total, pois o primeiro longa-metragem de Wolf Maya já não despertava mesmo muita expectativa em ninguém. Ainda assim, a adaptação brasileira da comédia chilena assinada pelo diretor Boris Quercia consegue surpreender no requisito besteirol. “O roteiro é despretensioso” diz Wolf. Mas, infelizmente, o que era para ser um painel cômico sobre desencontros sexuais da contemporaneidade se transformou num verdadeiro mico para um elenco de globais que inclui Reinaldo Gianechinni, Malu Mader, Carolina Dieckman, José Wilker, Maria Clara Gueiros e Eri Johnson.
As três histórias que comandam a trama central são óbvias e as tentativas de piada, de um profundo mal gosto. Todos os personagens homens são adúlteros e as mulheres, compreensivas. A fofoqueira de um bairro suburbano (Mara Manzan) se chama Dirce e o filho do personagem interpretado por Eri Jonhson tem uma pinta na face igual a do pai. Como se não bastasse, Gianechinni, que interpreta um “galinha” compulsivo, chega sempre em casa com marca de batom vermelho na camisa e tem casos paralelos com dois estereótipos de fetiche masculino: com a secretária e com uma aeromoça. Esta última de forma constrangedora interpretada por Daniele Winnits, que faz um sotaque de gringa tão caricato que parece brincadeira do “Casseta e Planeta”.
O clímax do filme não poderia ser mais “último capítulo de novela das oito”. Paula (Malu Mader), uma das esposas traídas, começa a dar a luz no meio de uma reunião de pais e alunos. Começa aquela típica correria pseudo-emocionante. Nada se compara, no entanto, ao arremate final, que acontece quando Jorge (José Wilker), um renomado escritor de livros sobre relacionamentos, sai com uma frase que soaria filosofia barata até num romance de Sidney Sheldon: “A paixão passa, mas o amor fica”.
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