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Críticas

Horton e Olho do Mal

Um elefante de fé

Por Luiz Joaquim | 14.03.2008 (sexta-feira)

Vamos deixar logo claro que “Horton e O Mundo dos Quem!” (Horton Hears a Who!, EUA, 2008) é um filme infantil. Esta nova animação da Fox Animation, criado pelo estúdio da Blue-Sky (dos dois “A Era do Gelo”), foca os molequinhos até os dez anos de idade. E foca bem. A premissa do enredo vem do livro homônimo do escritor e ilustrador americano de livros infantis, Dr. Seuss (1901-1991). Nele, Horton (voz de Jim Carrey no original), um elefante bacana que vive na floresta de Noo, escuta um gritinho agudo e baixinho de alguém pedindo ajuda quando uma flor passa flutuando com um grão espetado nela.

Ele desconfia que o som vem desse grão, e que lá vive alguém tão pequeno que o torna impossível de enxergá-lo a olho nú. E o instinto de Horton está certo. Lá existe a comunidade dos Quem!, vivendo em Quemlândia, onde tudo é felicidade sob o comando do prefeito da cidade (voz de Steve Carell). Uma vez passada a complicação de comunicação entre os dois mundos (o prefeito também não enxerga Horton pela sua grandiosidade), a ação entre os dois amigos passa a ser aceita apenas pela fé de que o outro existe. Nessa brincadeira, os baixinhos aprendem alguma coisa boa sobre ter fé naquilo que não se pode enxergar com os olhos. Alguma semelhança com a religiosidade humana não é mera coincidência. E isso é bom.

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O OLHO DO MAL
Refilmagem cega
Jéssica Alba é uma ex-cega que preferia não ver nada

Em 2005, escrevi um texto sobre o filme “Visões” (Gin Gwai 2, Hong Kong) dos irmãos Oxide Pang Chung e Danny Pang. A história de horror, uma seqüência de “The Eye: A Herança” (Gin Gwai) , também rodada pelos Pang em 2002, era o primeiro filme dos rapazes que chegava aos cinemas do Brasil. Com o nome “O Olho do Mal” (The Eye, EUA, 2008) estréia hoje nos multiplex a versão norte-americana para o oriental “The Eye: A Herança” (disponível em DVD).

Estampando a bela Jéssica Alba (de “Quarteto Fantástico”), a refilmagem “Olho do Mal” é quase um cópia do chinês, mas sem a dosagem bem distribuída de tensão que consagrou os Pang. Alba é uma cega que recebe uma transplante de córnea e, com os novos olhos, vem a memória visual de sua doadora, um mexicana que tinha o poder de antever a morte das pessoas. O drama se segue enquanto Alba tenta entender o que se passa consigo, tomando sustos com figuras borradas, ou seja, a morte em pessoa. Enfadonho, “O Olho do Mal” não sai da intenção de provocar medo, com os tradicionais artifícios de uma boa edição de som. Oxide e Danny Pang estavam cotados para dirigir a refilmagem; desistiram e os franceses David Moreau e Xavier Palud (que não são irmãos) assumiram a empreitada. Problemão.

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