De forma não muito diferente da tradicional no histórico do Cine-PE – Festival do Audiovisual, a noite de premiação desta 12 ª edição, no domingo, não trouxe quase nenhuma surpresa, sendo as 12 ‘Calungas’, troféu do evento, distribuídas de forma igualitária para todos os longas-metragens da competitiva oficial – com exceção de “Guia Prático Histórico e Sentimental da Cidade do Recife”, de Leo Falcão, e “Ouro Negro”, de Isa Albuquerque. Nesse contexto, o maior vencedor da noite foi o paulista “Nossa Vida Não Cabe Num Opala”, de Reinaldo Pinheiro, com cinco prêmios.

A história dos quatros irmãos em conflito com o próprio destino e assombrados pela figura do pai falecido levou o prêmios de melhor filme, roteiro (Di Moretti), trilha sonora, direção de arte além do curioso título de melhor atriz para Maria Luísa Mendonça, que não atua como protagonista no filme de Pinheiro.

A esquisita premiação para Mendonça nada mais é que um reflexo da fraca seleção de longas-metragens neste 12ª Cine-PE, que acabou por desabilitar o Prêmio da Crítica neste ano. Por um padrão nivelado por baixo entre os longas de ficção na mostra oficial, criando ausência de concorrentes fortes em algumas categorias, alguns prêmios pareciam ter endereço certo, como o de melhor ator e ator coadjuvante (respectivamente para Chico Sant’Anna e Eduardo Moraes, ambos de “Simples Mortais”).

“Bodas de Papel” também levou duas ‘Calungas’: edição de som e atriz coadjuvante (CleideYácones), além da Menção Honrosa do Júri. Entre os documentários, “O Retorno”, de Rodolfo Nanni, destacou-se com prêmios de direção e fotografia (Roberto Santos Filho, o Tuta), enquanto “Brizola – Tempos de Luta” foi eleita a melhor montagem.

Ao contrário dos longas, o consenso é que seleção de curtas-metragens em 35mm (feita por Cláudio Bezerra, Aline Grego e Márcio Ramos) nos deu uma bela amostra da atual produção nacional. Entre eles o mineiro (único representante de Minas Gerais) “Os Filmes que Não Fiz”, de Gilberto Scarpa, foi eleito o melhor curta e o de melhor direção de arte. Pernambucano teve destaque apenas na edição de som de “Ocidente”, de Leonardo Sette e Aurélio Dias.

MOSTRA PERNAMBUCO
Havia também um burburinho nos bastidores do Cine-PE que o melhor longa-metragem exibido no Festival esteva mesmo era na mostra paralela (de três filmes) dedicada ao cinema do Estado. Esse filme era “Amigos de Risco”, de Daniel Bandeira, que recebeu o prêmio de 10 mil reais da Assembléia Legislativa além de uma Menção Honrosa do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo (Sindicine), pela fotografia de Pedro Sotero.

Recebendo o prêmio ao lado da equipe, Bandeira dedicou o título a Carlos Reichenbach, a quem chamou de padroeiro de “Amigos de Risco”. “Quem acompanhou a cobertura do festival pela Folha de Pernambuco, leu o que Carlão escreveu sobre a força do nosso cinema”, disse Bandeira no palco do Cineteatro Guararapes. A montagem do longa “Que Baque É Esse?”, também foi lembrado pelo Sindicine.

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Premiação 12º CIne-PE (2008)

Premiações/Longas-Metragens:
Melhor Direção de Arte: Mônica Palazzo (Nossa Vida não Cabe num Opala/Ficção/SP)
Melhor Trilha Sonora: Maestro Amalfi e Mário Botolotto (Nossa Vida não Cabe num Opala/Ficção/SP)
Melhor Edição de Som: Fernando Hanna e Simone Alves (Bodas de Papel/Ficção/SP)
Melhor Montagem: Ligia Walper (Brizola Tempos de Luta/Doc./RS)
Melhor Ator Coadjuvante: Eduardo Moraes (Simples Mortais/Ficção/DF)
Melhor Atriz Coadjuvante: Cleide Yácones (Bodas de Papel/Ficção/SP)
Melhor Ator: Chico Santana (Simples Mortais/Ficção/DF)
Melhor Atriz: Maria Luiza Mendonça (Nossa Vida não Cabe num Opala/Ficção/SP)
Melhor Fotografia: Roberto Santos Filho (O Retorno/Doc/SP)
Melhor Roteiro: Di Moretti (Nossa Vida não Cabe num Opala/Ficção/SP)
Melhor Direção: Rodofo Nanni (O Retorno/Doc/SP)
Melhor Longa-Metragem: Nossa Vida não Cabe num Opala (Ficção/SP)
• Prêmio Especial do Júri Popular: Bodas de Papel-Ficção/SP. Direção: André Sturm
• Troféu Gilberto Freyre: Guia Prático, Histórico e Sentimental da Cidade do Recife-Doc/PE (Direção: Leo Falcão)

Premiações/Curtas-Metragens em 35mm:
Melhor Direção de Arte: Alonso Pafyeze (Os Filmes que não Fiz/MG/Ficção)
Melhor Trilha Sonora: Cláudio Augusto Ferreira (Dossiê Rê Bordosa/SP/Animação)
Melhor Edição de Som: Aurélio Dias e Leonardo Sette (Ocidente/PE/Doc)
Melhor Montagem: Caroline Leone (Saliva/SP/Ficção)
Melhor Ator: Jonathan Haagesen (Comprometendo a Atuação/MT/Ficção)
Melhor Atriz: Helena Albergaria (Um Ramo/SP/Ficção)
Melhor Fotografia: Lula Carvalho (Trópico das Cabras/SP/Ficção)
Melhor Roteiro: Leando Maciel e César Cabral (Dossiê Rê Bordosa/SP/Animação)
Melhor Direção: Esmir Filho (Saliva/SP/Ficção)
Melhor Filme: Os Filmes que não Fiz (MG/Ficção/Direção de Gilberto Scarpa)
• Prêmio Especial do Júri Oficial: Até o Sol Raiá/PE/Animação. Direção de Fernando Jorge e Leandro /Amorim
• Prêmio Especial do Júri Popular: Dresznica/RJ/Doc./Direção de Ana Azevedo
Premiações/Curtas-Metragens Digitais:
Melhor Montagem: Érico Rassi (Um pra Um/SP)
Melhor Roteiro: Everson Klein (Porcos não Olham para o Céu/RS)
Melhor Direção: Daniel Marvel (Porcos não Olham para o Céu/RS)
Melhor Filme: Amanda e Monick/PB (Direção de André da Costa Pinto)
• Prêmio Especial do Júri Oficial: O Guardador (PB)/Direção de Diego Benevides
• Prêmio Especial da Crítica: O Guardador (PB)/Direção de Diego Benevides
• Prêmio Especial do Júri Popular: Até Onde a Vista Alcança (PE)/Direção: Felipe Peres Calheiros
• Prêmio Aquisição Canal Brasil: O Guardador (PB)/Direção de Diego Benevides. R$ 10 mil.
• Prêmio Josué de Castro: Prêmio Especial para o longa doc O Retorno (SP)/Rodolfo Nanni e Prêmio de Melhor Doc. Social para o curta Câmera Viajante.
• Prêmio Associação Brasileira de Documentaristas (ABD)/Entidade: Troféu para Fundarpe
• Prêmio ABD- Melhor Curta Digital: Ismar/RJ/Direção de Gustavo Beck. Melhor Curta em 35mm: Dreznica/ RJ/Doc./Direção de Ana Azevedo

Premiação Mostra Pernambuco:
Longas-Metragens:
Melhor Filme: Amigos de Risco/PE/Ficção. Direção de Daniel Bandeira. Prêmio Assembléia de Pernambuco no valor de R$ 10 mil
Menções Honrosas do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Cinematográfica do Estado de São Paulo (Sindicine) para longas:
Menção Honrosa pela Montagem: Gilson Martins/Que Baque é Esse?
Menção Honrosa pela Fotografia: Pedro Sotero/Amigos de Risco

Curtas-Metragens:
Melhores Filmes: Miró: preto, pobre, poeta e periférico (Direção de Wilson Freire)/Doc. Prêmio Assembléia de Pernambuco no valor de R$ 5 mil. O Triunfo (Direção de Geórgia Alves). Prêmio Assembléia de Pernambuco no valor de R$ 2 mil.
Menções Honrosas do Sindicine para curtas:
Menção Honrosa pelo Roteiro: Paulo Leonardo Fialho/As Scismas do Destino/Animação
Menção Honrosa pela Direção: Geórgia Alves/O Triunfo