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Festivais

61ª Festival de Cannes (2008) – abertura

Um brasileiro abre Cannes

Por Luiz Joaquim | 13.05.2008 (terça-feira)

Pela 61ª vez, o mundo volta os olhos para um balneário francês responsável por uma revolução no calendário do cinema mundial. E também pela primeira vez um brasileiro tem a honra e a responsabilidade de apresentar o filme de abertura no Festival de Cannes. “Blindness” (EUA, 2008) é o título que Fernando Meirelles lança amanhã (14), na Côte d’Azur.

Adaptado da obra “Ensaio Sobre a Cegueira”, de José Saramago, a co-produção Brasil-Canadá-Japão, é falada em inglês e japonês e mostrar uma cidade assolada por uma epidemia de cegueira da qual apenas uma mulher escapa. No elenco estão Julianne Moore, Mark Ruffalo, Danny Glover e Gael García Bernal.

Há quem fale que a mostra competitiva de Cannes não é mais a mesma, dando hoje cada vez mais espaço para o mercado e menos para a livre expressão cinematográfica, ou melhor, ao objetivo de desvelar talentos. Na verdade, já há alguns anos, Cannes vem dosando uma agenda mezzo medalhões e mezzo novos talentos.

Neste ano, por exemplo, competem pela Palma de Ouro gente sagrada como o canadense Aton Egoyan (“Adoration”), Steven Soderbergh (“Che”), Laurent Cantet (“Entre Les Murs”), Philippe Garrel (“La Frontière de L’Aube”), os irmão Dardenne (“Le Silence de Lorna”), Walter Salles (“Linha de Passe”), Charlie Kaufman (no primeiro filme “Synecdoch, New York”, mas já consagrado como roteirista), Wim Wenders (“Palermo Shooting”), Clint Eastwood (“The Exchange”), e os argentinos Lucrecia Martel (“La Mujer Sin Cabeza”), Pablo Trapero (“Leonora”). Sem falar em Steven Spielberg que lança seu “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” por lá em hor-concours.

Mas o interessante mesmo é prestar atenção no nomes menos badalados que, invariavelmente, trazem um oxigênio diferente para o cenário do festival. Entre eles: Kornel Mundruczo, Zhangke Jia (chinês vencedor em Veneza ano passado com “Inútil”), Matteo Garrone, Paolo Sorrentino, Eric Khoo, Brillante Mendoza, James Gray, Nuri Bilge Ceylan, Arnaud Desplechin (também premiado em Veneza 2007 com “L’Aimée”) e Ari Folman.

BRASIL
Além de Meirelles e Salles na competitiva, o Brasil está largamente representado nas paralelas de Cannes 2008 Pernambuco viajou na pele de Tião com o curta-metragem “Muro”, na 40ª mostra Quinzena dos Realizadores. Já André Lavaquial compete no Cinefundation (para trabalhos universitários) com curta “O Som e O Resto”. Na seleção da 47ª Semana da Crítica, estão lá Fernando Teixeira, com “A Espera”, e Caetano Gotardo com “Areia” (já exibido no 18ª CineCeará, há três semanas) abrindo a mostra. O ator Matheus Nachtergaele também estréia com distinção na direção em “A Festa da Menina Morta”. Seu longa-metragem configura na mostra Um Certo Olhar. No elenco, a pernambucana Conceição Camarotti.

links:
http://www.festival-cannes.fr
http://www.quinzaine-realisateurs.com/
http://www.semainedelacritique.com

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