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Reportagens

Esperando pela sessão de cinema…

Novas salas a vista, no Recife

Por Luiz Joaquim | 02.08.2008 (sábado)

Enquanto esperamos a conclusão dos dois projetos de restauração e inauguração de salas de cinema mais ansiados do Recife – o do Cine São Luiz e o do Arteplex no complexo Chanteclair do Recife Antigo – outros projetos avançam para manter ou ganhar seu espaço no mercado de exibição cinematográfica pelo Grande Recife.

O mais próximo é mesmo o do Grupo Severiano Ribeiro (GSR) que, caso consiga evitar imprevistos na obra em andamento, deve inaugurar em setembro cinco salas no Shopping Plaza Casa Forte, totalizando cerca de 1.000 poltronas por lá. Dois meses depois, em novembro, o grupo que administra os Cine Rosa e Silva, no Executive Trade Center, pretende abrir duas novas salas, em formato stadium e cada uma com 130 lugares.

Outro que mira o mercado recifense é Roberto Nunes, paulista que reside em Sergipe há quatro anos e é responsável pelo programação do ‘Cine Cult’. O projeto abrange 14 praças de atuação operando nos complexos da Rede Cinemark, empresa precursora no conceito multiplex no Brasil (em 1997), e hoje com 377 salas divididas em 46 complexos.

O perfil do ‘Cine Cult’ é parecido com o da Sessão de Arte, promovido por aqui no Recife pelo GSR. Um perfil que privilegia a exibição dos chamados filmes alternativos. “No inicio fazíamos sessões apenas nas manhãs de sábado e domingo. Percebemos o potencial e a demanda desse nicho e hoje temos sessões diárias, de sexta a quinta-feira, no meio tarde, às 15h”, comemora Roberto, que coloca dentro dos multiplex Cinemark de Florianópolis, Ribeirão Preto, Manaus e Aracaju, entre outros, títulos audaciosos como “A Lei do Desejo”, de Pedro Almodóvar. Ingressos custam R$ 4,00 e R$ 2,00 porque “o valor baixo é fundamental nesse trabalho de conquista de um novo público”, explica.

Uma pena que a Rede Cinemark ainda não vê, no momento, a praça do Recife com olhos de empreendedor, muito embora a idéia não esteja descartada como afirmou Marcelo Bertini, presidente da Rede no Brasil: “A Cinemark sempre está atenta a novas oportunidades e estudando propostas para atuar em capitais onde ainda não está inserida. Recife é uma praça de interesse da Rede, mas ainda não há nada concreto”, explicou.

O bairro do Janga (em Paulista – PE) também quer cinema

De forma tradicional o foco de exibição cinematográfica sempre concentrou-se no centro comercial do Recife, além da zona sul da cidade, mas, no bairro do Janga, em Paulista, o Shopping Norte guarda um projeto arquitetônico pronto que movimentaria o bairro em termos culturais.

Previsto para ocupar uma área de 1.800 metros quadrados, a administração do shopping guarda uma planta que distribui cinco salas de cinema com até 180 poltronas. Paulo Pinto, gerente administrativo financeiro do empresarial que funciona desde 2003 na avenida Cláudio José Gueiros Leite, número 2491, conta que chegou a firmar um contrato com um exibidor de Minas Gerais para operar no Janga. “Ele desistiu por falta de capital. É um investimento pesado. Para subir o prédio seriam preciso cerca de R$ 3 milhões, e para deixar o cinema pronto, equipado, mais R$ 4 milhões”, adianta.

Paulo chama a atenção, entretanto, do potencial econômico que o Shopping Norte pode proporcional para o empreendedor que assumir o projeto. “Temos 186 lojas, com 56 abertas, em funcionamento e ainda estamos negociando uma área de 1.300 metros para trazer uma loja âncora. Nosso estacionamento também tem boa estrutura, é planejado para atender 1.000 carros”, adianta.

Outro aspecto que não pode ser esquecido nesse prospecto econômico são os planejamentos urbanos e residenciais que devem aportar no entorno do empresarial. Segundo Paulo Pinto, serão construídas em frente ao Shopping Norte quatro torres de 23 andares com oito apartamentos por andar. Há também um projeto que contempla a construção de 500 casas no terreno atrás do Shopping, sem falar na pretensa duplicação da avenida Cláudio José Gueiros Leite.

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