Perambulando num sebo em São Paulo encontrei a jóia editorial “Crítica de Cinema no Suplemento Literário – Volume 2”, de Paulo Emílio Saulo Gomes, fora de catálogo e editada em 1981 pela Embrafilme / Paz e Terra. No livro, o mais respeitado crítico de cinema do país escreve no artigo “Uma Nova Crítica?” (publicada em 16 de janeiro de 1960 no jornal “O Estado de S. Paulo”) que “não é fácil fazer uma idéia da situação atual da crítica cinematográfica no Brasil, porque ela se manifesta quase sempre em jornais de âmbito regional. A respeito do Rio de Janeiro temos elementos, mas Belo Horizonte, por exemplo (…) tornou-se um enigma desde o desaparecimento da ‘Revista de Cinema’. Walter da Silveira e Glauber Rocha permanecem ativos na Bahia, mas só ocasionalmente seus textos chegam até nós. Por um texto deste último publicado no suplemente do Jornal do Brasil soubemos que existe no Norte (Nordeste), em matéria de cinema, um espírito de insurreição contra as idéias do Sul. Imediatamente nossa curiosidade se aviva, imaginando que algo de interessante deve estar acontecendo no Norte (Nordeste), mas não sabemos o que. Achamos impossível que não aja nada no Recife, onde vive, aliás, silencioso há muitos anos Evaldo Coutinho, um mestre da velha guarda, da geração e da qualidade de Plínio Sussekind Rocha e Otávio de Faria”. E continua: “Em Porto Alegre o esforço de Diderot resultados dentro da pespectiva confessional que escolheu, mas não há indício dos trabalhos de Gastal e seus amigos. Outros centros brasileiros de cultura, Belém, Fortaleza, Curitiba, raramente nos fornecem informações, sempre sumaríssimas, sobre o que se passa lá”. O que chama a atenção aqui na perplexidade do visionário Paulo Emílio, há quase 50 anos, era a sua capacidade de perceber que não era a crítica de cinema no Brasil que podia estar esquálida naquele momento, mas sim as limitações de intercomunicações entre ela, espalhada pelo país. Paulo Emílio sabia do talento e interesse dos profissionais da área pelo assunto. Sua angústia era pela incomunicabilidade. Daí, uma pergunta vem a cabeça, como será que ele avaliaria hoje o tema, com o problema da comunicação já sanado pela internet?

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Cine-PE 2009
A produção do Cine-PE: Festival do Audiovisual, edição 2009 começa a trabalhar. Abriu neste sábado as inscrições para as mostras competitivas de longas-metragens e curtas em 35mm além de curtas em digital para a futura edição do evento (que acontece entre 27 de abril e 3 de maio próximos, no Teatro Guararapes). Inscrições estão abertas até 31 de janeiro de 2009. A expectativa da produção é a de 500 inscritos. Os curtas selecionados serão conhecidos até 15 de março. Os em longa, até 15 de abril. Outras informações em (www.cine-pe.com.br).

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Lunática
A cineasta Deby Brennand Mendes acaba de se estabelecer no Recife com sua produtora Lunárica Filmes. A empresa está responsável pela produção e execução da ficção experimental “Teatro das Almas”, roteirizado pela própria Deby com Nelsinho Caldas. A produtora está no momento em São Paulo, trabalhando na edição de som do curta. A previsão de seu lançamento é em março de 2009.

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Comando Vermelho
Está em pré-produção o longa-metragem “400contra1 – Uma História do Comando Vermelho”, sob os cuidados de Caco Souza. A obra vai falar do surgimento da organização no final dos anos 1970 e será contada por um dos seus articuladores, William da Silva Lima, cuja interpretação ficará a cargo do ator Daniel de Oliveira. A atriz Daniela Escobar também está no elenco como a paixão de William da Silva. As filmagens iniciam em 15 de janeiro, com seqüências filmadas no presídio de Ilha Grande, Florianópolis

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Adolescentes
Se alguém duvida do poder do público infanto/juvenil nos cinemas, aqui vai uma lição O final de semana anterior foi dominado pela estréia “High School Musical 3”, da Disney, obteve ótimo desempenho, e acumulava, até terça-feira passada, renda superior a R$ 3,9 milhões. Com público de 466,116 mil, o resultado rendeu à distribuidora 43,6% do market share, Dados são do informativo Filme B.