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Críticas

Rock’N’Rolla – A Grande Roubada

Tão macho quanto engraçado

Por Luiz Joaquim | 21.11.2008 (sexta-feira)

Há uma consenso mundial, e feliz com isso, em afirmar que Guy Ritchie voltou à forma com “Rock’n’Rolla – A Grande Roubada” (Ing., 2008), em cartaz hoje. Quem lembra dele em sua estréia há 10 anos em “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” e depois em “Snatch – Porcos e Diamantes” (2000), sabe do que estamos falando. No primeiro, e numa menor voltagem no segundo, Ritchie oxigenava o cinema da época com filmes sobre bandidagem em ritmo e um humor novo, marcado pela velocidade do raciocínio e personagens numerosos e bem elaborados.

Já na abertura, o filme explica que pega o termo “Rock’N’Rolla” para designar uma maneira de levar a vida com tudo de melhor que ela pode oferecer, e no exagero. É o próprio Archie (Mark Strong) quem nos situa, gingando ao som de uma música, e com uma arma na mão, ele diz: “Não tem nada a ver com drogas. Há muito mais que isso, meu amigo. É claro que curtimos a boa vida – com dinheiro, drogas, sexo, glamour e fama. Mas um rock’n’rolla’, ah ele é diferente. Porque ele quer tudo isso ao mesmo tempo, em excesso”.

É difícil resumir em poucas linhas a trama do filme, mesmo porque Ricthie cria tantas reviravoltas que qualquer um pode se perder numa piscada de olhos. Não se trata de exagero. O sucesso do humor que ele impõe aqui (como em seus primeiros filmes) tem origem num equilíbrio de consistência em num sem-número de personagens, que cospem o tempo todo frases tão sarcásticas quanto a lâmina de uma navalha. Todos eles são pretensamente perigosos e cômicos na sua macheza – mas são também sempre enganados em algum momento, o que os coloca no pódio de ‘otário do momento’ (até surgir outro).

Um fio do argumento poderia ser seguido pela trajetória de um quadro, um pintura da sorte, que pertence a um mafioso russo interessado no mercado imobiliário de Londres e que vai parar nas mãos do chefão do submundo da cidade, Lenny (Tom Wilkinson, ótimo). Desconfiado pelo ofício de vigaristas que é, o russo empresta seu precioso quadro a Lenny para demonstrar confiança na nova parceria entre os dois. Acontece que o quadro some, e aí entra o Sr. One Two (Gerard Butler, de “300”) e Bob Bonitão (Tom Hardy) para fazer serviços escusos para a Stella (Thandie Newton), a contadora pilantra do russo. Ah.. ainda se mete na história Archie, um rock star drogrado que vale mais morto que vivo e que, por “coincidência” é o injeitado filho de criação de Lenny.

A questão a ser discutido sobre a qualidade de Ritchie em filmes assim é exatamente a qualidade de filme assim, ou seja, será ele o diretor de apenas um gênero? Por enquanto não importa. Importa ir divertir-se com “Rock’N’Rolla” nos cinemas.

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