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Críticas

Operação Valquíria

Missão de honra alemã

Por Luiz Joaquim | 13.02.2009 (sexta-feira)

Em 2004, a televisão alemã produziu o telefilme “Stauffenberg” sobre um grupo de militares que tentam assassinar Hitler em 1944. Em 2008 o diretor norte-americano Bryn Singer (“X-Men”, “Superman Returns”) refilma com Tom Cruise no papel do Coronel Stauffenberg, autor do plano contra o Führer, e o público brasileiro confere o resultado nos cinemas a partir de hoje.

Para começo de conversa é extremamente inesperado ver a quintessência do bom-mocismo norte-americano no papel de um militar alemão disposto a tramar contra a vida de Hitler para que o mundo mantenha o respeito pela Alemanha, em detrimento das alucinações de divindade do Führer.

Com poucas exceções – “Trovão Tropical” e “Magnólia” – Cruise não desaparece nos personagens, mas seus personagens desaparecem nele. Está claro que Singer tem boa mão para a direção, mas parece ter permitido Cruise aplicar aqui as inflexões do seu bom-mocismo norte-americano talvez para não decepcionar o público do ator a partir de uma interpretação mais condizente com todo o resto da trama.

Curiosamente, o bom elenco de apoio (Kenneth Branagh, Tom Wilkinson) parece também adormecido pelo “modo de operação Cruise” – com exceção para Terence Stemp.

“Operação Valkíria” não é um filme terrível, mas também não é convincente. É apenas um exercício cansado de sustentação de clímax em situação de guerra, sendo o alvo aqui a figura mais temida da humanidade. Essa identidade do inimigo, sempre empresta ao enredo um grau de tensão interessante, que Singer sabe como aproveitar.

Cruise, entretanto, negligencia o potencial desse drama e parece contaminar a todos, dissipando os bons momentos de suspense, enfraquecendo-os num trabalho contrário ao esforço de Singer, que os elabora bem, junto a sua equipe técnica.

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