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Câmera clara 132

Por Luiz Joaquim | 02.02.2009 (segunda-feira)

Andando por diversos festivais do país, e conhecendo os jovens realizadores que despontam exatamente nessas mostras, observo um boa fatia dessa nova geração desinteressada em conhecer o trabalho de seus colegas. A Mostra de Tiradentes, encerrada no sábado, e de onde escrevi esse texto, é um ótimo espaço para tomar contato com as idéias dos jovens cineastas de todo o país e, principalmente, as soluções que eles desenvolveram para tornar o projeto numa realidade concreta. O que muito acontece é que muitos dos jovens diretores que viajam aos festivais restringem suas presença no cinema apenas durante o bloco em que seu trabalho é projetado. Uma atitude assim ressalta uma espécie de soberba, que os leva a crer que, por ter realizado um par de vídeoprodutos, já os classifica já como “cineastas”. E com esse autotítulo, eles já se imbutem toda a sabedoria ou “genialidade” que os jovens artistas gostam de acreditar que possuem. Dizem que se conselho fosse bom não seria dado, mas vendido. De qualquer forma, um conselho bom para qualquer iniciante seria fazê-los acreditar que assistir a maior quantidade de filmes, e ler a maior quantidade de livros será uma prática que vai alargar as perspectivas desse pretensos jovens artistas. É claro que o contato humano e a troca de idéias são também ums dos mais ricos alimentos da alma criativa. E pra conseguir fazer tudo não preciso muito, apenas vontade com pitadas de humildade.

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NOVOS RICOS
Chegando em Tiradentes na quinta-feira passado para lançar o filme “KFZ-1348” na Mostra mineira, o produtor João Vieira Jr, da Rec Produtores Associados, e os diretores Marcelo Pedroso e Gabriel Mascaro ficaram impressionados com a qualidade técnica da projeção e da receptividade da produção do evento. Mascaro segredou que seu novo projeto “Um Lugar ao Sol” recebeu um convite importante do exterior e em breve será anunciado publicamente. No novo trabalho, o diretor abordar os desejos, sonhos, conflitos, inseguranças e subjetividades da elite e da emergente classe-média brasileira, no caso focado nos recifenses, morando em altíssimos edifícios como um símbolo de status social.

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DIGITAL
Parece haver um consenso entre realizadores, público e crítica que a Mostra de cinema de Tiradentes é meticulosamente cuidadosa em todos os aspectos de sua realização, feita pela Universo Produção. Apenas um ponto foi colocado em questão, também consensualmente, dizendo respeito a deficiência da projeção digital. De modo geral, a imagem digital aparece aqui com pouco contraste e pouca luminosidade, limitando o potencial de envolvimento que os filmes exibidos assim têm a oferecer. Uma pena, considerando que boa parte das produções aqui passam nesse formato, exatamente pelo perfil, digamos, “alternativo” dos títulos selecionados. Raquel Hallak, diretora da Universo Produção, que também realiza a Mostra de Ouro Preto e o Cine-BH, mostrou-se atenta às observações feitas nesse sentido para tentar amadurecê-las.

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ADEMIR ARAÚJO
Amaro Filho e Rafael Coelho vão contar em filme a história do maestro Ademir Araújo, o Formiga. O documentário “Maestro Formiga” vai mostrar a trajetória do musicistas em 30 minutos, trazendo imagens captadas no Recife, São Paulo, Brasília e Rio de Janeiro. Detalhes sobre seu trabalho compondo frevo e de sua alegria em formar novos músicos estão na pauta do filme que terá a primeira exibição pública às 19h30 do dia 10 de fevereiro no Cineteatro Apolo.

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