Matrix completa dez anos
Há dez anos, Matrix iniciava um novo capítulo em Hollywood
Por Luiz Joaquim | 21.05.2009 (quinta-feira)
Completa-se hoje (21/05), exatamente, dez anos que estreava no Brasil o novo filme dos irmãos Andy e Larry Wachowski. Dois norte-americanos desconhecidos que viraram estrela quando “The Matrix” veio ao mundo. Em cartaz nos EUA 20 dias antes, a obra já vinha arrecadando uma forturna (R$ 140 milhões) e deixando todos atordoados com a combinação de cenas e músicas de ação alicerçada por uma história original que fundia num mesmo caldeirão a cultura pop e uma arremedo de filosofia contemporânea. “The Matrix” estava fazendo história sem nem se dar conta disso.
Mas por que “Matrix” estava chamando tanta atenção (e ainda chama, a ponto de dedicarmos uma espaço para ele dez anos depois)? Porque o apuro técnico mesclado às proposições existenciais, que colocavam no mesmo saco algumas referências. Da Bíblia aos HQs, dos videogames à filosofia oriental, da coreografia milenar da arte marcial à moda das roupas e capas de couro, tudo isso, enfim, atraiu a atenção tanto de adolescentes ávidos por novidades que dialogassem com sua fome pelo efêmero, quanto inspirou a curiosidade de intelectuais em sua fome por encontrar e reinterpretar uma fábula moderna.
Nesse sentido, “Matrix” tornou-se a melhor síntese do que o cinema vinha fazendo nos anos 90, ou seja, reciclar temas da literatura clássica, da religião e do próprio cinema. Para quem não lembra mais da trama que confudiu (e fundiu) a cabeça de muita gente, vale lembrar que, no filme, Neo (Keanu Reeves) era um programador de computadores que também entrava em outros sistemas só por diversão.
Um belo dia um lider revolucionário chamado Morpheus (Lawrence Fishburne) lhe mostra que o mundo em que vivemos em 1999 é apenas uma ilusão criada por uma máquina que domina a humanidade lá no futuro, em 2.160. Ao oferecer essa revelação, Morpheus, que acredita ser Neo ‘O Escolhido’ para salvar a raça humana do estado vegetativo mantido pelo supercomputador, treina o rapaz para combater a tal máquina.
Tudo isso veio não só embalado com uma trilha sonora pesada – com Prodigy, Marilyn Manson e Rage Against The Machine (bom nome de banda para “Matrix”), mas também oferecia sequências visuais inéditas de ação que viraram referência para sempre no cinema, na publicidade, na televisão, na animação, etc…
A mais forte, muitos lembram, mostra Neo curvando-se para trás, em câmera lenta, de uma rajada de balas. É um efeito chamado “bullet time”, em que o personagem tem sua imagem congelada no ar, mas que permite que a câmera (na verdade, a combinação de dezenas delas) passeie em volta dele. O efeito não era inédito, mas em “Matrix” foi aperfeiçoado e nunca mais saiu do nosso imaginário. E assim iniciou-se um novo capítulo nos filmes de ação hollywodianos.
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