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Reportagens

A versão do bem da Cumade Fulozinha

Longa é rodado em pernambuco

Por Luiz Joaquim | 04.06.2009 (quinta-feira)

Um filme absolutamente insólito para os padrões locais causou surpresa no circuito exibidor do Recife no fim de 2007. O terror “Cumade Fulozinha”, de Ademir de Paula, conseguiu lotar os quase 900 lugares do Teatro do Parque durante seu lançamento, mesmo contanto apenas com a propaganda boca a boca. E ainda foi exibido em Goiás, Tocantins e São Paulo. A repercussão deu o estímulo necessário para que houvesse uma continuação chamada “Cumade Fulozinha e a Rabeca Encantada”, cujas gravações começaram há cerca de um mês e devem ser finalizadas no próximo dia 13. Trechos da produção, que tem estreia prevista para setembro deste ano, já estão disponíveis no site Youtube.

O roteirista, diretor e montador promete uma guinada no tom da película, com locações em Nossa Senhora do Ó, distrito de Ipojuca. No filme, bastante influenciado pelo realismo fantástico, uma cidade sofre os efeitos de uma seca bastante severa, causada por um dragão (!), acordado depois que uma rabeca encantada é roubada da floresta pelo Caipora. “Quisemos tirar a imagem negativa que a Cumade Fulozinha tem nas histórias contadas por aí. Fizemos uma pesquisa intensa sobre o folclore e adicionamos novos personagens, com uma linguagem inspirada em trabalhos como ‘Hoje é Dia de Maria'”.

O suspense reciclado de filmes estrangeiros de terror dá lugar à “100% de comédia”, incluindo outros personagens folclóricos e da cultura nordestina, como o Caipora e Seu Lunga. Ambos dividem espaço ao lado de dragões e sereias aditivados por efeitos especiais, orgulho pessoal do diretor. O dragão, por exemplo, foi feito em 3D.

Outro dado do filme que o faz diferente da maioria é a total ausência de dinheiro público em sua execução, com custo de R$ 473 mil, incluindo a passagem para película. Sócio de uma produtora que faz trabalhos para publicidade, Ademir diz estar injetando recursos próprios na produção, com auxílio no transporte e alimentação apenas da Prefeitura do Cabo e de um restaurante de Ipojuca. Depois da repercussão do primeiro filme, já haveria contrato garantido para exibição em Goiás e em no Cine Royal, em São Lourenço da Mata, onde será gravada a cena de abertura, ambientada numa procissão.

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