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Filme cabeça

Câmera clara

Por Luiz Joaquim | 22.06.2009 (segunda-feira)

A ignorância é uma benção. Será? Esse, certamente, não é um raciocínio que passa pela cabeça de um ignorante. Antes, entretanto, deixemos claro que o termo ‘ignorância’ aqui não se refere à ação de ser grosseiro, mal educado, mas sim ao desconhecimento aprofundado de algum assunto específico, o que atinge qualquer ser-humano já que ninguém sabe tudo sobre tudo. Mas, no caso, o assunto aqui é cinema e o lastimável preconceito que existe sobre os filmes chamados ‘alternativos’, ‘de arte’ ou ‘cabeça’ (terríveis expressões). Na verdade o preconceito é um filho legítimo da tal ignorância. Enquanto o pai Ignorância reina, seu filho, Preconceito, cresce forte e seguro de si, espelhando-se no orgulhoso pai, sem nem mesmo ter consciência de sua identidade de preconceituoso. No uso indiscriminado da expressão ‘filme cabeça’ (e de seus derivados), enxergamos, a principio, duas condições em sua proliferação. Uma delas é que na sociedade, como a conhecemos, somos educados em direção a standartização das coisas. Quase nunca nos ensinam a dar atenção para o diferente, ou, pelo menos, a parar e prestar atenção nele com o mesmo cuidado que dedicamos ao standard. Segundo, e o mais grave, é a preguiça (o filho mais novo do senhor Ignorância). Sim, porque pensar dá trabalho e dedicar-se a isso, pensar, requer um esforço. O raciocínio precisa exercitar-se, e o que acontece na cabeça de crianças mentais no corpo de adultos cronológicos é o mesmo que acontece com as autênticas criancinhas na hora de fazer os primeiros ‘deveres de casa’, ou seja, elas têm preguiça por achar chato. Mas acontece que, se elas não fizerem o dever de casa, permanecerão na ignorância em várias áreas, inclusive na da arte. Como resultado, continuarão achando o termo ‘filme cabeça’ uma expressão não preconceituosa.
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Interatividade
A brincadeira da interatividade no cinema deixou de ter limites faz tempo. A mais nova vem patrocinada pelos produtos Natura. O cineasta pernambucano Heitor Dhalia (foto), que recentemente exibiu seu “À Deriva” em Cannes, irá dirigir um longa-metragem a partir da melhor história de amor relatada por usuários da internet. É só entrar no site (www.contesuahistoria deamor.com.br) e deixar lá escrito seu causo amoroso. O “melhor” será escolhido e dramatizado via roteiro para Dhalia dirigir. Previsão de estréia é em 2010.
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Em Noronha
Alguém um dia teria essa idéia: um festival de cinema no arquipélago de Fernando de Noronha. E vai acontecer. O nome e sobrenome são “Eco Cine Noronha – Festival de Cinema Ambiental de Fernando de Noronha”. A mostra acontece em dois momentos. Em 13 e 14 no Cine Apolo, Recife, e entre 20 e 22 de agosto no arquipélago, mais precisamente no auditório do Projeto Tamar. Outros detalhes em (www.ecocinenoronha.com.br).
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Curta Santos
Até 31 de julho, é possível fazer a inscrição no 7ø Curta Santos: Festival Santista de Curtas Metragens, que acontece entre 15 e 19 de setembro de 2009. O festival é dividido em 13 mostras, sendo quatro competitivas: Olhar Caiçara Universitário, Olhar Caiçara Independente, Videoclipe Caiçara e Videoclipe Brasilis. Prêmios contemplam o melhor curta-metragem em dois segmentos: fictício e documental, com troféus também para o melhor ator, atriz, direção, roteiro, montagem, som e fotografia. Mais infos com (producao@curtasantos.com.br).

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