Globochanchada
Câmera clara 167
Por Luiz Joaquim | 06.07.2009 (segunda-feira)
No 4ª CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto, o cineasta Guilherme de Almeida Prado resgatou um termo, criado por ele há uns dois anos, para debate que participou sobre as estratégias de mercado utilizadas pelas produções da ‘Boca do Lixo’. O genial termo “Globochanchada”, em uma só palavra, concentrava a idéia e conexões por trás do sucesso dos nossos musicais carnavalesco dos anos 1940 e 1950, das nossas comédias eróticas dos anos 1970 e 1980 ligando aos sucessos carimbados pela Globo Filmes dos anos 1990 e 2000. Engana-se quem acha que Almeida Prado cunhava ‘Globochanchada’ pejorativamente. Para ele, era importante que estes filmes de padrão televisivo platinado levassem gente ás salas de cinema. O cineasta entendia que o estímulo do mercado, mesmo que por estes filmes de efeito cinematográfico duvidoso, aqueceria o interesse do povo brasileiro por cinema, e possibilitaria a abertura de novas salas. Os filmes brasileiros mais autorais teriam, assim, uma maior chance de chegar ao público, como acontecia em pleno ápice das Pornochanchadas. Almeida Prado até citou um dos filmes de Carlos Reichenbach, o político “A Ilha dos Prazeres Proibidos” (1974) – que estava programado no CineOP, como um filme pessoal que furou a censura daquele período para falar de repressão e exílio. Carlão, presente a mesa, não concordava com o colega. Para ele, o filme seguimentado seria uma alternativa mais “digna” para quebrar o monopólio de filmes medíocres do cinema brasileiro. O crítico de cinema, roteirista e montador Inácio Araújo, também no debate destacou ainda outro aspecto que filia as Globochanchadas à Pornochanchada. O jornalista lembrou que as atuais comédias românticas – a mais evidente em cartaz é “A Mulher Invisível” (mais de 1,5 milhão de espectadores até agora), que Inácio não gosta – são pudicos e usam resquícios da insinuação de sacanagem. Insinuações que eram explicitadas nas obras dos anos 1970. Na verdade, essa questão leva a um outro, que também foi levantado naquele rico debate: Qual o erotismo que cabe hoje no nosso cinema, quando tudo tem de ser ‘bonitinho’ e careta para caber igualitariamente na inteligência tanto de uma adolescente quanto na de um idoso?
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Fox
A Fox distribuiu material de divulgação com datas de seus próximos lançamentos – grandes e pequenos. São eles: “12 Rounds” (21/08); “Pequenos Invasores” (25/09); a animação “O Golfinho” (09/10); “Arranca-me a Vida” (16/10); “500 Days of Summer” (13/11), animação de Wes Anderson, com vozes de George Clooney, Meryl Streep, Bill Murray e Anjelica Huston; “Fantastic Mr. Fox” (04/12); e “Avatar” (na foto), de James Cameron, com Sigourney Weaver. Para “Avatar”, Cameron promete inovações na tecnologia digital em 3-D. Segundo ele, bem a seu estilo, a história do 3-D digital se dividirá em ante e depois de “Avatar”.
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Pottermaníacos
Atenção, atenção, fãs do bruxo mais conhecido do cinema contemporâneo e da literatura infanto-juvenil mundial. A rede de cinemas UCI já está vendendo o ingresso para “Harry Potter e O Enigma do Príncipe”, de David Yates. É a sexta aventura da turma de Hogwarts, quando Lord Voldemort ameaça o mundo dos bruxos e dos trouxas (nós). A estréia está programada para o dia 15 de julho e os ingressos podem ser comprados nas bilheterias dos cinemas UCI Ribeiro Recife, Tacaruna e UCI Kinoplex Casa Forte. Inclusive para a primeira sessão, à meia-noite da terça-feira, 14 de julho. Ingressos podem ser adquiridos ainda nos pontos de auto-atendimento dali.
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Brasil-Galícia
O informativo “Filme B” da semana passada comentava que “Onde Está a Felicidade”, de Carlos Alberto Riccelli e o documentário “Brasil Somos Nós”, de Roberto Bellsola, foram contemplados pelo edital de fundo de coprodução Brasil-Galícia. O primeiro vai levar 120 mil euros, o segundo, 111 mil. Com roteiro da esposa Bruna Lombardi, o filme de Riccelli mostra uma apresentadora de TV que após perder o emprego e o marido, decide percorrrer o Caminho de Compostela. O documentário de Bellsola, acompanha o gaitista Carlos Nunez na busca do túmulo do avô.
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