Novo filme de Gomes e Ainoüz em Veneza
Viajo porque Preciso, Volto porque te Amo compete na Horizonte
Por Luiz Joaquim | 30.07.2009 (quinta-feira)
“Viajo porque Preciso, Volto porque te Amo”, longa-metragem dos diretores Marcelo Gomes e Karim Aïnouz, estrelado por Irandhir Santos, produzido pela Rec Produtores e Daniela Capelato e co-produzido pela Gullane será exibido na competição Orizzonti, do 66º Mostra Internazionale di Venezia, que acontece de 02 a 12 de setembro.
Segundo os diretores, que nasceram no litoral do nordeste, “o Sertão sempre foi um lugar imaginado, recorrente nas conversas de família. Era o lugar onde nasceram nossos avós”. Esse filme se origina na curiosidade e fascinação por esse lugar. Um lugar que os diretores conheciam muito bem, mas para o qual nunca havíam ido. Eles escolheram contar uma história em primeira pessoa, através de um personagem que fosse viajando e coletando imagens, sons, músicas; comentando suas impressões da paisagem meio-conhecida, meio-desconhecida. Um personagem que fosse encontrando gente, mas que também fosse descrevendo esse lugar e seus habitantes, fisicamente, factualmente.
“Viajo porque Preciso, Volto porque te Amo” conta a história de José Renato, geólogo, 35 anos, enviado para realizar uma pesquisa de campo durante a qual terá que atravessar todo o Sertão, região semi-desértica, isolada, situada no Nordeste do Brasil. O objetivo de sua pesquisa é avaliar o possível percurso de um canal que será construído a partir do desvio das águas do único rio caudaloso da região. No decorrer da viagem, nos damos conta que há algo de comum entre José Renato e os lugares por onde ele passa: o vazio, uma certa sensação de abandono, de isolamento. O desolamento da paisagem parece ecoar em José Renato e a viagem vai ficando cada vez mais difícil. A pesquisa geológica vai sendo contaminada pela sensação de desamparo, pela saudade incessante da ex-mulher, por uma vontade de voltar pra casa.
Mas ele decide ir em frente, seguir viagem, na esperança que a travessia transmute seus sentimentos. Assim como um astronauta depois de atravessar o espaço sideral, assim como um marinheiro depois de cruzar um oceano – para José Renato, nada mais será como antes
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