Videoarte
Câmera clara 166
Por Luiz Joaquim | 29.07.2009 (quarta-feira)
Me vi questionando, após sessão do média-metragem “Notas Flanantes” (foto acima), da mineira Clarissa Campolina, qual o lugar do filme experimental. Exibido no Cine Vila Rica, por ocasião do encerramento do CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto, “Notas…” se mostrou verdadeiramente enfandonho em sua tentativa de poetizar o cotidano, o aleatório, o nada, com suas imagens fixas feitas em função de uma cartografia imaginária que a videasta havia criado em sua cabeça. O primeiro ponto sorteado desse seu mapa emotivo, tinha por nome “Ipanema”. Daí, víamos a “Ipanema” de Clarrissa, que tinha como representação um cão vira-lata preguiçando no meio de uma estrada, ou um velho varrendo uma rua qualquer, ou o movimento da sombra que uma nuvem faz no chão, ou ainda um pássaro pousado num galho também de uma árvore qualquer. Nada pode ser condenável hoje em dia, a ideologia do ‘politicamente corretao’ não nos permite, mas a concepção de cinema como algo que alimente o espírito só funciona se ela, a concepção, realmente oferece uma congruência em sua função de emocionar. Essa congruência, ao meu ver, inclui também a exibição de um produto em seu ambiente correto. “Notas Flanantes”, e outras dezenas de vídeoartes, parecem funcionar melhor numa galeria de arte, ao invés de uma sala de cinema, cujo idéia é permanecer lá do início ao fim do filme (se você não quiser ser indelicado com o filme e sair antes do fim). Já numa galeria, o filme te prende em frente a ele conforme for sua (a do filme) competência. Talvez o problema nem esteja na videoarte, mas sim no material de boa qualidade que ele oferece ou não oferece. Em Minas Gerais corre solto, como água em cachoeira, os filminhos experimentais, mas nem todos são frutos do talento. Alguns sim: “Da Janela do Meu Quarto”, já clássico de Cao Guimarães, é um exemplo de encantamento simples, que sequestra o olhar e não precisa de elucubrações. Ele é. E sua existência não precinde de explicações.
————————————–
FLORIANÓPOLIS
Até 12 de julho, acontece a 8 ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, e Pernambucano estará lá representando pelo trabalho desenvolvido por Wildes Sampaio. Ele exibiu ontem uma sessão inteira de curtas-metragens que produziu com crianças e jovens no interior do Estado. Um desses filmes é “O Jumento do Lua Estrela” (foto). Além de Wildes, a pernambucana Natali Assunção também marca presença na mostra competitiva com o curta “Feito Algodão Doce”.
————————-
Nosso homem em L.A.
Semana passada circulou na internet uma foto do cineasta pernambucano Gabriel Mascado (de “KFZ-1348”)fazendo pose no tapete vermelho do L. A. Film Festival, encerrado ontem, onde seu primeiro longa-metragem solo “Um Lugar ao Sol” (High Rise é o título internacional), exibiu por lá. Gabriel pissou no mesmo tapete que gente como Robert Downey Jr. e Christian Slater, entre outros estelares de Hollywood.
—————————-
Paulínia
o 2º Festival de Cinema de Paulínia anunciou seus competidores para a edição 2009, que acontece entre 9 e 18 de julho. São eles, os longa-metragens, em ficção: “O Contador de histórias”, de Luiz Villaça; “Destino”, de Moacyr Góes, “Enquanto Dura o Amor”, de Roberto Moreira, “No Meu Lugar”, de Eduardo Valente, “Olhos azuis”, de José Joffily, e “Antes que o mundo Acabe”, de Ana Luiza Azevedo. Entre os documentários: “Caro Francis”, de Nelson Hoineff, “Mamonas o Doc”., de Claudio Kans, “Sentido à Flor da Pele”, de Evaldo Mocarzel, “Moscou”, de Eduardo Coutinho, “Só Dez Por Cento é Mentira”, de Pedro César, “Herbert de Perto”, de Roberto Berliner e Pedro Bronz. O filme que abre o festival é “Á Deriva” (foto), do pernambucano Heithor Dália.
0 Comentários