O Grupo Baader Meinhof
Terrorista playboy
Por Luiz Joaquim | 25.09.2009 (sexta-feira)
Só quando Hollywood cria um produto político é que o grande público do cinema pára e pensa um pouco sobre o assunto. Foi assim em 2005, quando Steven Spielberg nos deu o ótimo “Munique”. Ali, ele seguiu cinco especialistas designados para combater os terroristas que sequestraram e mataram 11 atletas de Israel nas Olimpíadas da Alemanha, em 1972.
Já o filme “O Grupo Baader Meinhof” (Der Baarde Meinholf Kompex, Ale., 2008), de Uli Edel, no Cine Rosa e Silva, mostra a raiz (e muito mais) do que significou aquele atentado em Munique, resgatando a origem das primeira movimentações nesse sentido naquele país, em 1967, e suas consequências nos dez anos seguintes. A linha do enredo, linear, acompanha a trajetória do influente grupo alemão, do título, que deu partido a uma fé quase religiosa pela guerrilha armada entre os simpatizantes da esquerda naquele país.
Na verdade, o grande mérito do filme para os alemães e desmistificar a idéia de figuras tidas como heróicas que acompanhou todo o trajeto dos “Baarder Meinholf”. A concentração é nos líderes Andreas Baader (Moritz Bleibtreu) sua namorada Gudrun Ensslin (Johanna Wokalek) e na jornalista libertária Ulrike Meinhof (Martina Gedeck, ótima), resolver abandonar a família em função da “causa”. A personagem de Ulrick é importante pois ela faz as vezes de advogado do diabo dentro da lógica distorcidade que o “revolucionário” Baader quer se fazer convencer.
Apoiado na causa marxista-leninista, Baader fazia algumas atrocidades típicas de um sociopata em nome de algo maior que nem ele sabia exatamente definir. A idéia do imperialismo norte-americano, que nem passava pela questão entre os alemãos, também entrava na dança, embora esses revolucionários gostassem de um coca-cola gelada e de roubar carros de luxo e roupas de grife. Esse perfil do grupo não era conhecido na época, vindo à tona apenas seu atos “heróicos” sendo, mesmo depois de presos, ainda eram vistos como vítimas do sistema. Apesar da produção impressionar, a ponto de fazer arregalar os olhos do espectador, o filme de Uli parece ter alguns excessos que nunca aparecem num enxuto filme italiano, que passeia pelo mesmo assunto: “Bom Dia, Noite”, de Marco Bellocchio
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