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Futurologia

Câmera clara 186

Por Luiz Joaquim | 28.12.2009 (segunda-feira)

A última semana do ano sempre remete à reflexões sobre como foram os últimos 12 meses e como serão os próximos. A mídia, de um modo geral, vive de textos “retrospectivas” e listas dos melhores e piores do ano das mais diversas categorias. É natural que seja assim, pois enquadrar é uma forma de facilitar a compreensão das coisas. O delicado aí é que “enquadrar” implica em reduzir, e isso pode ser fatal para uma melhor análise. No campo cinematográfico, pode-se dizer que 2009 foi um ano de pouca expressão, exceto pelo quesito monetário deste mercado que viu seu universo ganhar oxigênio nas bilheterias em relação a 2008. Como sempre, ao encarar a bonança do passado, a tendência é olhar com bons olhos para o futuro. Mas não há muita futurologia a fazer fora dos números frios da matemática. Ou seja, difícil intuir sobre como será o cinema, em seu aspecto semântico, nos próximos meses, ou anos. Dois filmes brasileiros vistos em 2009, ainda não lançados comercialmente, chamam atenção para uma curiosa trilha visual pela qual o cinema pode se afiliar. Um é “O Amor Segundo B. Schianberg”, de Beto Brant, e o outro é “Rumo”, de Luiz e Ricardo Pretti, este último feito inteiramente a partir de imagens de celular. Em comum, os dois tem a despreocupação da imagem limpa ou do som perfeito. É uma tendencia que pode se diagnosticada por um excesso de tecnologia que nos cerca hoje e nos impregna, estimulando e contaminando as possibilidades de expressão audiovisual. Se isso é bom ou ruim, ninguém pode dizer. Pode-se dizer que é diferente, e ainda bem pois o que está por vir costuma nos interessar exatamente por nos surpreender, ou nos colocar diante de algo que ainda não entendemos muito bem.

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Ancine
A Ancine anunciou a segunda convocatória para as quatro linhas do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), que disponibiliza para investimentos recursos da ordem de R$ 81,5 milhões (mais que o dobro da primeira convocatória). Outro detalhes em www.ancine.gov.br

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Caixa registradora
Por um cálculo do Sindicato das Empresas Distribuidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, o público dos filmes brasileiros cresceu cerca de 80% em relação a 2008. Pela nossa expectativa para 2010, esse percentual deve ainda aumentar 2010.

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Fúnebre
Assim como em janeiro de 2008, temos uma situação semelhante (e triste) em dezembro de 2009, pois já. começam a circular as expectativas sobre o mais recente filme, “Across the Hall”, de Brittany Murphy (1977-2009), falecida há oito dias. O filme já estreou nos EUA, e não tem data para chegar no Brasil. A relação com o ano passado remete à morte de Heath Ledger (1979-2008), a quem todos ansiavam ver em “Batman: O Cavaleiro das Trevas”. Na verdade, Ledger ainda será visto naquele que foi seu último filme: “O Imaginário do Dr. Parnassus”, dirigido pelo Monty Phyton Terry Gillian, e em cartaz no Brasil no próximo dia 7 de maio.

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