13 Tiradentes (2010) – premiação
O Ceará triunfou em Tiradentes
Por Luiz Joaquim | 31.01.2010 (domingo)
TIRADENTES (MG) – A cerimônia de encerramento da 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes,que aconteceu na noite do sábado, consagrou o longa-metragem coletivo “Estrada para Ythaca”, dirigida e atuada coletivamente pelos Irmão Pretti e os Primos Parentes, com o troféu Barroco de melhor filme do programa Aurora. Foi eleito tanto pelo júri jovem (formado por meio de uma oficina) quanto pelo júri da crítica, composto por cinco profissionais do pensamento cinematográfico no País. Já “Recife Frio”, de Kleber Mendonça Filho, levou o prêmio do público do programa Foco.
Luís Carlos Merten, do jornal O Estado de S. Paulo, era um dos integrantes do júri e justificou a premiação lendo um texto que dizia ser o longa cearense: “a expressão do desejo de uma reinvenção após a herança de um momento pós-utópico, e por abordar uma incomunicabilidade contemporânea e ainda apostar num cinema coletivamento munido pelo amor”.
Uma curiosidade na cerimônia é que, antes de Merten subir ao palco para anunciar a premiação, o DJ da cerimônia colocou um frevo como música de fundo. O frevo parecia antecipar que os longas pernambucanos “Pacific”, de Marcelo Perdroso, e “Um Lugar ao Sol”, de Gabriel Mascaro, sairiam vitoriosos. O que não aconteceu. Mas Pernambuco trouxe um Barroco pelas mãos de Juliano Dornelles, produtor de “Recife Frio”: “Mais uma vez, repito, gostaria que Kleber estivesse aqui”, agradeceu no palco, o produtor.
Outro prêmio da noite (uma menção honrosa) foi concecido pelo júri jovem ao longa mineiro “Mulher à Tarde”, de Affonso Uchoa. Já o curta do programa Panorama eleito como melhor foi o paulista “Obra Prima”, de Andréa Midori Simão e Thiago Faelli. O prêmio Aquisição Canal Brasil foi para o 2º curta mais votado pelo público, o mineiro “O Filme Mais Violento do Mundo”, de Gilberto Scarpa.
GAÚCHO
Antes do encerramento no Cine-Tenda, o Cine-Praça projetou “Dá um Tempo!”, longa vindo do Rio Grande do Sul, mais precisamente do pequeno município de Alvorada. Simplório e divertido, o filme de Evandro Berlesi e Rodrigo Castelhano conta a história do adolescente Jorge (Diego César) e suas desilusões amorosas.
Em conversa com os amigos, ele vai contando como nunca consegue manter um namoro por mais de três meses pois, antes disso, a garota sempre lhe diz ‘dá um tempo!’. Desiludido, a primeira coisa que Jorge faz depois do fora é correr (literalmente), e daí excitar a produção de endorfima para se sentir melhor.
O ator Diego César é primário, mas tem uma presença divertida na tela. Magrelo, com seu aparelho nos dentes, a testa fransida e sua eterna feição de cachorro abandonado, é impossível não se condoer com seu desalento e atrapalho com as garotas.
O filme, ainda que traga marcas óbvias no enredo, mostra talento no ritmo da narrativa e chama a atenção para um cinema que vem do interior, cheio de vigor e inventividade. ‘Despretensão’ é a palavra aqui.
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