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Festivais

13o Tiradentes (2010) – noite 7

Tiradentes observa o Recife

Por Luiz Joaquim | 28.01.2010 (quinta-feira)

TIRADENTES (MG) – Se a terça-feira foi dos cearences aqui na 13º Mostra de Cinema de Tiradentes, a quarta-feira pertenceu aos pernambucanos que tiveram o longa-metragem “Um Lugar ao Sol”, de Gabriel Mascaro, lotando o Cine-Tenda e provocando emocionante interação entre platéia e filme. Essa interação pôde ser mensurada na empolgação dos aplausos, certamentes os mais empolgados, até ali, dos filme da mostra “Aurora”.

Na sessão seguinte, em praça pública e a céu aberto, cerca de 800 pessoas se amontoaram para ver o programa “Foco 5” com os curtas “Quarto de Espera”, de Bruno Carboni e Davi Pretto, “Bailão”, de Marcelo Caetano, “Faço de Mim o que Quero”, de Sérgio Oliveira, e “Recife Frio” de Kleber Mendonça Filho.

Sobre os dois curtas pernambucanos, a partir da experiência da projeção aqui em Minas Gerais, ficou evidente a incrível fluidez e capacidade de comunicação com o especador alheio à realidade dos dois filmes. A cada nova imagem apresentada sobre a cena brega recifense em “Faço de mim…”, o público manifestava uma alegria tão intensa quanto a que se via na tela.

Para “Recife Frio”, um cena bonita aconteceu quando, ao final da sessão, uma grande fila de crianças – entre cinco e sete anos – se posicionou ao lado de Juliano Dornelle para, um a um, parabenizar o produtor apertando-lhe a mão. Dornelles está aqui representado Mendonça, que viajou a Roterdã para mostrar seu trabalho lá.

Já o debate, ontem pela manhã, sobre “Um Lugar ao Sol”, foi impregnado por questionamentos éticos assumidos pelo documentário. Mascaro e Marcelo Pedroso (montador) argumentaram que a produção não quer assumir um caratér que defina a elite brasileira a partir de seu entrevistados.

Gabriel inclusive se assume não-pertencente àquela classe retratada, por isso “Um Lugar…” nunca poderia ser totalizante. Filme seria apenas um retrato que faz parte de um mosaico muito mais complexo sobre essa elite. O documentário encadeia entrevistas com nove famílias moradoras de cobertura em Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro. A pergunta que movimenta o filme é como essas pessoas percebem, e se percebem, na sociedade.

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