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Críticas

Alvin e Os Esquilos 2

A vozinha esganiçada perdeu a graça

Por Luiz Joaquim | 08.01.2010 (sexta-feira)

Foi engraçadinho quando surgiu em 2007 a história dos esquilos cantores em “Alvin e Os Esquilos” (2007), de Tim Hill. Eles resgatavam para a molecada dos anos 2000 a técnica de interagir animação com atores em carne e osso, trazia o descolado Jason Lee como Dave, o “pai” dos esquilos que tinham potencial para formar uma banda de música, e de quebra os bichinhos ainda ajudavam Dave a conquistar a mulher de seus sonhos.

Simples e eficiente, a produção virou uma mania. Custou US$ 70 milhões e rendeu o triplo para os cofres da Fox. Todo esse sucesso remete a uma única coisa em Hollywood: sequência, continuação. É automático. Não importa a qualidade do projeto, se virou sucesso, eles fazem uma sequência. Eles apostam, e quase nunca perdem, nos fãs deixados pelo primeiro filme, provavelmente felizes por poderem encontrar seus velhos amiguinhos de novo numa sala de cinema.

A questão, especificamente em “Alvin e Os Esquilos 2” (Alvin and The Chipmunks: The Squeakquel, EUA, 2009), de Betty Thomas, é que esta continuação não tem 1/3 do charme de seu antecessor. A coisa é tão séria que a renda do filme nos EUA – lançado há duas semanas por lá – nem foi oficialmente divulgada. Isso é um mau sinal, para quem entende do assunto.

De fato, não há pior sinal do que é mostrado na própria tela. Desta vez, Alvin, Simon e o gorducho e inocente Theodoro, precisam ficar sob a custódia de um desligado parente de Dave nos EUA, enquanto o próprio Dave se recupera na França de um acidente. Na América, os três vão parar numa escola de secundaristas onde Alvin fica amigo dos garotos mais populares dali (leia-se os fortões malvados, dentro da cultura cinematográfica norte-americana), enquanto Simon e Theodoro ficam observando seu irmão transformado pela fama.

Só por aí, “Alvin 2” já se mostra dentro de uma fórmula cansada. E fica mais sério quando entram em cenas Brittany (voz de Christina Applegate no original em inglês) e suas irmãs Jeannet e a baixinha Eleonor. Elas são esquilas, fãs dos já famosos Alvin e Seus Irmãos, cujo plano é também tornarem-se cantoras famosas como eles. Eis que surge um conflito entre paixão e competição quando os dois grupos musicais se conhecem.

É grave em “Alvin 2” é o excesso da repetição. Não há nenhum lampejo de originalidade. Nem mesmo as vozes aceleradas dos esquilinhos cantando soam mais engraçado. Pelo contrario, aqui ficaram irritantes. O caldo da moral que poderia ser extraído para os pequenos que forem ao cinema também não tem nutrientes. Aqui se eleva a música ruim, o sucesso a todo o custo e o estar em primeiro lugar numa competição. Valores descartáveis para uma criança.

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