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Críticas

Coco antes de Channel

O nascimento da elegância

Por Luiz Joaquim | 22.01.2010 (sexta-feira)

Interessados em moda, elegância, história, feminismo e feminilidade têm um bom programa nos cinemas a partir de hoje. Depois de quase três meses após estrear no Sudeste, chega aos multiplex do Recife “Coco Antes de Chanel” (Coco Avant Chanel, Fra. 2009), dramatização feita pela diretora Anne Fontaine, com Audrey (eterna Amélie Poulain) Tautou na pele da famigerada estilista francesa.

Um dos prazeres de filmes que falam de celebridades antes de ser tornarem celebridades é exatamente entender como foi o processo que as levou até aquele ponto. Claro que cinebiografias usam e abusam da chamada “licensa poética” a ponto de não podermos tomar certas situações postas no enredo como legítimas da realidade, e “Coco Antes de Chanel” vai por esse caminho. Não seria errado dizer que o surgimento deste filme dirigido por Anne Fontaine vem muito na esteira do sucesso internacional de “Piaf: Um Hino ao Amor”, de Olivier Dahan.

A própria estrutura de superprodução e roteiro suave, fugindo de polêmicas em “Coco” aponta para um mercado estrangeiro. Filme também é falado em inglês, apesar da produção ser essencialmente francesa. De qualquer forma é bastante interessante (e elegante aqui) descobrir Coco antes de ser celebrada como inovadora na moda. É curioso entender por aqui as circunstâncias em que nasceu a adaptação do vestuário masculino nas mulheres; ou porque o “pretinho básico” virou símbolo de elegância; assim como as estampas de marinheiro. Nesse sentido, o filme ajuda a fixar na cabeça de alguns desavisados que para criar, inclusive na moda, é preciso consistência, vivência, sofrer na vida, enfim.

No ínicio, a conhecemos como uma órfã que foi abandonada. Depois, como uma tentativa frustrada de virar dançarina de cabaré ao mesmo tempo em que trabalhava como costureira num vilarejo. Depois, a entrada do comerciante de tecidos Étienne Balsan (Benoît Poelvoorde) é determinante para sua vida profissional. Mas, conforme o filme, é a partir de Arthur “Boy” Capel – Alessandro Nivola – que a jovem iria definir sua postura e definições profissionais.

Não que tudo gire em torno dessa relação com ele para entendermos de onde vem o talento de Coco. A dimensão dada a essa paixão aqui é exatamente a dimensão que a produção quer para o espectador mundial: o de um romance que fotografe bem no cinema. Ainda assim, temos um filme sério.

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