Sundance Film Festival – 2010
Novidades e não tantas novidades assim
Por Luiz Joaquim | 21.01.2010 (quinta-feira)
Já não é de hoje que o Festival de Cinema de Sundance, que acontece hoje na cidade norte-americana de Utah perdeu seu impacto como lançador do cinema independente americano. Há alguns anos, começou a correr o boca a boca que a vitrine virara um belo espaço para as majors (Fox, Warner, etc.) lançarem as novidadses produzidas pelos seus braços alternativos (Fox Searchlight, New Line Cinema, etc.).
Apesar do que se fala, é sempre interessante atentar para o que se passa nesse festival fundado em 1978 e repaginado em 1985 por Robert Redford com a intenção de ajudar novos cineastas. Alguns títulos que exibem ali pela primeira vez costumam ganhar a tela do mundo meses depois, às vezes chamando atenção. Um caso recente é “Pequena Miss Sunshine” (2006), primeiro exibido ali e, no ano seguinte, sendo vencedor de dois Oscars.
Basicamente dividido em duas categorias de competição (norte-americana e internacional), o festival também divide estas categorias em outras duas: ficção e documentário. Entre os de ficção feito na América, os destaques ficam com “Welcome to The Rileys”, no qual o diretor Jake Scott mostra um homem deprimido que busca redenção ao cuidar de uma mulher que conhece numa viagem a New Orleans. Já na comédia “Lover of Hate”, de Bryan Poyster, segue-se dois irmãos (um fracassado e outro de sucesso) apaixonados pela mesma mulher.
Dos documentários dos EUA, “GasLand”, de Josh Fox, investiga o interesse de companhias petrolíferas nas terras dos fazendeiros da América rural. Já “The Oath”, de Laura Poitras, resgata o encontro de dois homens em 1996 que os conduziria ao Afeganistão e depois ao “11 de setembro”. Em “My Perestoika”, Robin Hessman mapeia os contornos de uma nação em transição.
Do exterior, destaque para a ficção, “Nuummioq”, de Otto Rosing e Torben Bench, fala da auto-descoberta de uma jovem através de uma viagem pela Groelândia. Esta é a primeira co-produção internacional daquela região. No espanhol “Contracorrente”, será visto uma espécie de “Ghost” gay. O documentário estrangeiro que pode causar sensação é “Kick in Irak”, sobre Sarah Khoshjamal, a primeira atleta profissional feminina de Taekwondo do Irã.
Consagrados também vagueiam por Sundance. Neste ano, Michael Witerbottom (“A Festa Nunca Termina”) lança por lá seu “The Killer Inside Me”. É um noir em que um policial bonitão cheio de problemas precisa provar sua inocência contra um crime. No elenco, Jessica Alba, Kate Hudson, Casey Affleck, Bill Pulman e Elias Koteas.
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