12º Bafici (2010) – BAL
Pablo Lamar recebe estímulo na Argentina
Por Luiz Joaquim | 18.04.2010 (domingo)
Além de programação interessada em mapear a produção contemporânea do cinema independente, o Bafici promove uma atividade paralela formatada para estimular o empreendedorismo em jovens cineastas que trabalham à margem. É o Buenos Aires Lab (Bal), segmento do festival que articula encontros entre diretores, produtores, investidores e curadores de eventos tradicionais, como Cannes, Berlin e Sundance. Durante três dias, o Bal engendra concurso para eleger projetos que mostram certa maturidade, tanto do ponto de vista estético quanto do mercadológico.
O resultado desta edição do Bal, a sétima, proporcionou a Pablo Lamar, diretor paraguaio de 25 anos que se mudou em fevereiro para o Recife, dois prêmios como incentivo extra para seu primeiro longa-metragem, “La última tierra”: 5 mil euros (quantia bancada pelo grupo europeu Arte) e 15 latas de filme em 35mm, além do serviço de revelação e transfer (distinção oferecida pelas empresas Kodak e Cinecolor).
“Esses prêmios vão ajudar muito”, adianta Pablo. “Mas o mais importante do Bal é o contato que você faz. É ótima oportunidade para você sentar ao lado das pessoas que trabalham nos maiores festivais do mundo e conversar sobre questões específicas do seu projeto, cara a cara”, ressalta o cineasta, que está finalizando a primeira versão do roteiro e em busca de parceiros para financiamento.
Pablo entrou no Bal com insígnias que possuem certo valor simbólico. Seus dois primeiros filmes, os curtas “Ouço seu grito” e “Noite adentro” (exibidos no Recife no festival Janela Internacional de Cinema), participaram da mostra Semana da Crítica, do Festival de Cannes, em 2008 e 2009. São trabalhos que de certa forma poetizam reflexões sobre dor, perda e morte.
Pablo adianta que “La última tierra” é mais uma investigação sobre esses temas. “É um projeto que tem relação com minha obra pregressa, mas não no sentido de pegar a história dos curtas e estender até um longa”, explica o diretor. “O conceito do filme é a morte, mas de um ponto de vista intimista. A história fala sobre um casal de idosos que moram numa colina e se relacionam com a morte”, pontua o diretor, que pretende iniciar as filmagens em julho, no Paraguai.
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