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Críticas

As Melhores Coisas do Mundo

Vencedor do Cine-PE chega aos cinemas

Por Luiz Joaquim | 07.05.2010 (sexta-feira)

O grande vencedor do 14º Cine-PE: Festival do Audiovisual, encerrado domingo, entra em cartaz hoje nos cinemas comerciais de todo o país. Acariciado pelo público e júri do festival local, a produção agora passa pelo seu teste mais cruel, disputando no País atenção com alices, homens de ferro e o médium Xavier nas bilheterias. Como disse a diretora Laiz Bodanzky, o Cine-PE será sempre ‘o’ festival do filme. Isso porque obviamente o marketing da produção vai abusar do redondo número oito (troféus) para lembrar como o trabalho foi vitorioso aqui em Pernambuco.

Marketing à parte, “As Melhores Coisas do Mundo” tem os ingredientes bem mexidos para atrair mesmo uma multidão (de adolescentes) aos multiplex. Não há, tematicamente, nada de novo neste narrativamente calibrado filme de Bodanzky que não tenha já sido visto em outras produções estrangeiras sobre o universo adolescente (clássicos dos anos 1980 ou contemporâneos). A diferença está no ritmo cinematográfico equilibrado pela batuta da diretora, e na atualização para os moldes atuais da cultura mediana pertencente à platéia juvenil brasileira.

No elenco, Bodanzky nos apresenta o ótimo e premiado ator mirim Francisco Miguez, de 15 anos. Ele é Mano, garoto virgem que sofre com a separação traumática dos pais. Enquanto isso, o jovem também lida com o instável irmão, dois anos mais velho (o ator Fiuk). Com bom e bem dirigido elenco (Caio Blat, Denise Fraga, Paulo Vilhena) cercando Miguez, “As Melhores Coisas…” parece um filme feito para funcionar em qualquer parte do mundo, e talvez este seja o único ponto de interrogação em sua generalizada concepção técnica positiva.

A juventude paulista deste filme não parece interagir com o resto do universo fora de seu universo. Isso significa que são poucos os esforços dos personagens adolescentes em entender algo que lhes é bizarramente estranho, mas não tão estranho num mundo de verdade, como o homossexualismo.

Outro aspecto que chama atenção no final feliz é não o final feliz em si (nenhum problema com eles), mas o que significa a serenidade aqui. A empunhadura de uma guitarra e o horizonte pop que isso lhe acena não parece um amadurecimento ou uma relativização da inocência para Mano naquela altura de sua vida, mas sim um desdobramento de suas novas brincadeiras.

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