5º CineOP (2010) – abertura
Festival bom de bola
Por Luiz Joaquim | 18.06.2010 (sexta-feira)
A 5ª edição da CineOP: Mostra de Cinema de Ouro Preto (MG), que inicia hoje (18-jun), seguindo até terça-feira (22-jun), rendeu-se à atmosfera futebolística que domina o planeta por estes dias. Mas rendeu-se com a mesma elegância com a qual o CineOP foi moldando sua personalidade ao longos de seus cinco anos de existência, isto é, a de defensora e divulgadora da memória do cinema brasileiro.
Assim sendo, esta edição homenageia o futebol e os 51 anos do Canal 100. Para quem não sabe, o cinejornal Canal 100 surgiu no final dos anos 1950 (e foi até o início dos anos 2000) quando, antes da programação normal nos cinemas, era projetado um pequeno documentário resumindo a semana do futebol nacional. Era um cinema feito com extremado apuro técnico, e dramaticidade como nunca mais se viu (e não se vê mais) no cinema brasileiro quando o assunto é futebol.
No domingo, dia do segundo jogo do Brasil no Mundial da África do Sul (que será transmitido pela mostra), o CineOP projeta às 18h uma série especial do Canal 100, exibindo alguns classicos do futebol brasileiro captados pelo seu cinejornal. Antes, pela manhã do mesmo domingo, acontece o debate “Bola no Set, Cinema no Campo”, com os críticos Inácio Araújo, Luiz Zanin Oricchio, o cineasta Adirley Santos, o jornalista Omar Peres e Alexandre Niemeyer, filho do fundador do Canal 100, Carlos Niemeyer, e atual presidente da produtora.
Na segunda-feira (18h30), também será exibido o longa “Brasil Bom de Bola”, no qual o canal 100 registrou a campanha da Canarinha na Copa do México, em 1970. Depois, na terça-feira (18h), haverá o média-metragem “Garrincha, Alegria do Povo” (1962), de Joaquim Pedro de Andrade.
Ainda dentro das homenagens, o CineOP foca os 80 anos da Cinédia (importante estúdio brasileiro que pela primeira vez pensou em fazer do cinema um indústria no País, a partir dos anos 1930). Por esse mote, a mostra vai dar a oportunidade de ser ver cinco clássicos absolutos do cinema brasileiro daquele período, em cópias restauradas.
A começar por “Bonequinha de Seda” (1936), de Oduvaldo Vianna, e estrelado por Gilda de Abreu. A obra é reconhecida como a primeira no Brasil a usar equipamentos como a grua e a projeção por transparência. O filme abre o CineOP hoje às 20h30. Ainda da Cinédia, foram apontados “Alô Alô Carnaval” (1936), de Adhemar Gonzaga, no domingo às19h30; e “Mulher”, de Octávio Gabus Mendes, no sábado, às 19h. Sem falar nos filmes de Humberto Mauro, “Ganga Bruta” (1933) às 18h na segunda, e “Lábios Sem Beijos”, de 1930, (na segunda-feira, às 20h30). Este último será acompanhada ao vivo do grupo francês DoubleCadence.
Ao todo, este CineOP selecionou 65 filmes – 15 longas, 7 médias e 43 curtas – o que inclui a mais recente safra contemporânea de filmes brasileiros. Entre estes estão três curtas digitais de Pernambuco: a animação “O Homem Dela, deste editor do CinemaEscrito que aqui escreve; “A Banda”, de Chico Lacerda; e a ficção “À Felicidade”, de Carlos Nigro. O CineOP é uma realização do Universo Produção, que também é responsável pela Mostra de Cinema de Tiradentes (em janeiro) e do CineBH (em outubro).
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