Já no trailer de “Plano B” (The Back-up Plan, EUA, 2010), percebe-se um mote interessante para uma comédia romântica. No filminho-anúncio de três minutos, sabemos que Jennifer Lopez, ou apenas J-Lo) é uma solteira independente que decide ter filho por uma inseminação artificial e, logo depois, conhece o “homem de sua vida”. Como contar para o rapaz que ela está esperando um filho ainda no início do romance?

De forma estratégica, o roteiro definiu como parceiro de Zoe (J-Lo), um personagem mais jovem (Alex O’Loughlin), ainda na universidade, com intenção de sugerir que diante da revelação da gravidez, o jovem fugiria do romance como o diabo foge da cruz.

Filme de estreia de Alan Poul (diretor de episódios da série “Six Feet Under”), “Plano B” aproveita, até certa medida, seu bom mote. Perde, entretanto, fôlego lá pelo meio da projeção. Numa história assim, vinda de Hollywood, é saudável não esperar surpresas, mas apenas ter paciência para descobrir como os conflitos se acomodam, se as piadas funcionam, e se o casal tem uma mínima química em cena.

J-Lo (que estava desaparecidas da tela nos cinemas por aqui desde 2005 com o bobo “A Sogra”) e O’Loughlin transitam tranquilos entre o tesão e as trapalhadas. As piadas, propriamente relacionadas à gravidez, são murchas, ganhando mais destaque aqui o cachorrinho de Zoe. Com sua paralisia nas patas traseiras e se locomovendo com a ajuda de rodinhas, o miniatura pincher tem uma boa cota de graça.

Outra sequência que pode gerar gargalhada, pela típica desorientação comum aos pais de primeira viagem, acontece quando o casal protagonista é obrigado a acompanhar um parto natural na água. É quando uma colega de Zoe, de um radical grupo de apoio para mães solteiras, está num processo alucinado para o parto. O mérito aqui é todo da atriz Maribeth Monroe que, com seus urros lembrando uma cabra parindo, roubam a cena de todo o resto de “Plano B”. É ridiculamente cômico.