Pau na crítica
Câmera clara 210
Por Luiz Joaquim | 12.07.2010 (segunda-feira)
Relendo antigos textos desta Câmera Clara, me deparei com um na edição de número 58, em março de 2007, sobre a postura de Brian Robbins, diretor do filme “Norbit” – aquele em que Eddie Murphy é casado com uma gorda (ele mesmo maquiado). À época, a comédia havia sido recém-lançada por aqui. Robbins vinha agitando a mídia gringa falando mal da crítica, que malhou seu filme, foi massacrado por lá. Ele dizia no períodico Hollywood Reporter: “se você ler críticas como base consistente para todos os filmes, você vai perceber que a maioria dos filmes foram assassinados”. E continuava: “os únicos filmes que ganham boas críticas são aqueles que ninguém vê. Acho que não se pode fazer filmes para a crítica”. Acontece que “Norbit” virou sucesso de público nos EUA e por conta disso Robbins alardeava que “não se deve ler a crítica”. A julgar pelos seus comentários e pelo sucesso daquele seu rebento, podia-se chegar a conclusão que, para Robbins, cinema bom é apenas aquele que dá bilheteria. Curioso como alguns realizadores se relacionam com os profissionais especializados na análise fílmica. Enquanto alguns (poucos) cineastas fazem questão de prestar atenção no que se diz a respeito de seu trabalho, e dali tentar tirar alguma crédito da análise – mesmo que ela seja negativa -, outros se contentam em simplesmente difamá-la. Talvez não lembrem que, provalvelmente, foi a partir dela que sua paixão pelo cinema, talvez ainda na adolescência, foi ganhando não só corpo como censo pensante através de textos críticos. O que Robbins deveria ter chamado atenção aos leitores da ‘Reporter’ é que, como tudo na vida (e isto inclui filmes), existem críticas ruins e boas. A questão é descobrir qual é a que vale a pena.
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PAULÍNIA – ANO 3
Nesta quinta-feira, tem início a terceira edição de um festival de cinema que firmou-se rapidinho no calendário é o Festival de Paulínia de Cinema, que a Folha de Pernambuco irá acompanhar de perto pelo terceiro ano. Na noite de abertura, os mestres de cerimônia serão Fernanda Torres e o ator Lázaro Ramos. O diretor Hector Babenco será o homenageado do evento, que exibirá na noite de abertura, a cópia restaurada do longa “O Beijo da Mulher Aranha”.
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SÃO CAETANO
Amanhã, documentaristas e políticos pernambucanos têm obrigação em comum a fazer: ir ver a pré-estréia do ótimo, do ponto de vista cinematográfico e político, filme “No Meio do Mundo” (Puisque Nous Sommes Nés), do francês Jean-Pierre Duret e da brasileira Andrea Santana, sobre a aridez dos sonhos de duas crianças no Agresto do Ipojuca, em São Caetano, a 148 quilômetros do Recife. O filme passa no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco, às 20h20. Mais infos em (www.fundaj.gov.br).
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CONCURSO NA WEB
O Instituto Sergio Motta está com inscrições abertas até o dia 19 de julho para a segunda edição do seu festival de vídeo online no Youtube, o HTTPvideo 2010. Nesta edição, o tema dos vídeos inscritos é “Em trânsito”, uma reflexão do trânsito e deslocamentos nas grandes cidades. Os filmes não precisam ter sido feitos em 2010. Eles também não tem exigência quanto ao formato, basta que seja um formato aceito pelo youtube. Mas deve ter no máximo cinco minutos de duração. Para inscrever, acessar (http://www.ism.org.br/ism/?p=2459). Os trabalhos passarão por uma triagem inicial e um júri fará a seleção dos três melhores vídeos. Cada um dos vencedores recebe um prêmio de R$1.500.
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