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Câmera clara 212

Por Luiz Joaquim | 26.07.2010 (segunda-feira)

Situação: entrevista coletiva para imprensa e público na manhã de terça-feira no 3º. Festival Paulínia de Cinema, interior paulista, encerrado na quinta-feira. Cineasta Ricardo Pinto e Silva, da comédia romântica “Dores e Amores” exibido na noite anterior, estava visivelmente alterado com a absoluta recepção negativa e unânime da imprensa presente. Não vamos entrar no mérito da qualidade do filme, mas na postura que alguns realizadores possuem ao receber comentários não-positivos, como aconteceu com Pinto e Silva. De certa forma, o cineasta ja iniciou o debate na defensiva, e parte de seu elenco português (é uma produção luso-brasileira), resolver defender o humor fácil proposto pelo seu filme condenando um possível exagero de reflexão que as obras de seu conterâneo Manoel de Oliveira possa oferecer. “Manoel de Oliveira sabe fazer filmes porque nasceu antes que o cinema”, disse a atriz Sandra Cóias, contraditória e equivocada, pois o cinema nasceu no século 19, Oliveira não. “Quem aguenta ver o galho de uma árvore balançando por meia hora?”, resumiu a atriz, novamente, equivocada e preconceitusa. A certa altura, já com muita eletricidade no ar, um colega da imprensa exagerou perguntando como o diretor tinha a coragem de trazer seu filme ao festival, criando uma situação “vexatória” na exibição. Pinto e Silva foi firme dizendo que não aceitaria aquela “inquisição” e seu trabalho foi escolhido por uma curadoria e não imposto a ela. Sua resposta foi correta (mas o tom não – não se pode reproduzir o tom aqui). Daí adiante, o debate virou um “fla x flu”, entre críticos e os poucos espectadores comuns que defendiam o filme e condenavam a imprensa. Houve quem soltasse o clichê “o crítico é um cineasta frustrado”. Ironicamente, antes do filme de Pinto e Silva, havia sido exibido o bom “Uma Noite em 67”, do crítico Ricardo Calil. É uma discussão cansada e pequena. Afinal, existe o trabalho de baixa e alta qualidade em todas as áreas, inclusive na crítica cultural e na produção cinematográfica. O que existe de menos é ouvido.

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LITERATURA NA TELA
A Mostra Cinema e Literatura, que acontece no 8º Festival Recifense de Literatura, da Prefeitura do Recife, exibiu e exibe obras (até amanhã) como “Tecendo o Repente”, de Hilton Lacerda e Cynthia Falcão; “Com a Boca no Mundo”, de Claúdio Assis e Eric Laurence, e “Joaquim Nabuco: um Vencido da Grande Causa”, de Tarciana Portela. Exibições são nos Sescs Santa Rita, Casa Amarela e Santo Amaro, além da Biblioteca de CasaAmarela. O Festival de Literatura acontece até quinta-feira na Livraria Cultura, Rua da Moeda, Teatro de Santa Isabel e bibliotecas.

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VENEZA 2010
O novo filme de Darren Aronofsky (vencedor por lá do Leão de Ouro em 2008 por “O Lutador”) terá seu novo filme “Black Swan”, com Natalie Portman, Winona Ryder, Vincent Cassel e Barbara Hershey no elenco, abrindo esta 67ª edição, que inicia 1º de setembro. É um thriller sobre o relacionamente rival entre duas bailarinas.

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