Dia 24 de agosto de 1915, a cidade do Recife ganhava uma sala de cinema em seu centro comercial, na rua do Hospício. 95 anos depois, este mesmo espaço continua oferecendo à sua população aquele mesmo serviço de contemplar o povo com cinema. Para a data não passar em branco, a coordenação do espaço oferece um presente aos seus frequentadores, com uma programação especial hoje e amanhã, de entrada franca, projetando clássicos do cinema pernambucano.

Na grade, a partir das 19h de hoje, será possível ver as ruas do Recife da década de 1930 no curta-metragem mudo “Acrobatas no Centro do Recife”, além do drama “Aitaré da Praia” (1925), de Ary Severo e Gentil Roiz. Amanhã, no mesmo horário, exibe o curta “Pernambuco e Sua Exposição de 1924”, seguido por “O Canto do Mar” (1953), de Alberto Cavalcanti, que será exibido em 16mm. Antes, às 16h, a programação exibe, destoando, a animação japonesa chamada “Férias de Verão com Coo” de 2007 feita por Kaiichi Hara. A animação passa também em 16mm em projetor do Consulado do Japão, parceiro do evento promovido pelo Parque.

HISTÓRIA
Quando construído há quase 100 anos, o prédio obedecia os preceitos do conceito art-nouveau, tendo sido projetado para oferecer conforto ao público desta quente cidade. Na data da inauguração, o espaço abriu com a apresentação da Companhia Portuguesa de Operetas e Revistas. Além das peças teatrais, filmes mudos eram projetados ali e acompanhados por músicos como Nelson Ferreira.

Depois, entre 1929 a 1959, a sala foi arrendada ao Grupo Severiano Ribeiro, quando passou a exibir animações e chanchadas. Ao fim deste período, o prefeito Pelópidas da Silveira o desapropriou e realizou ali uma grande reforma. A reinauguração se deu em 13 de setembro de 1959. Já em 1973 o Parque virou o primeiro cinema educativo permanente no Brasil. Atualmente, desde o início dos anos 1990, o Parque é conhecido no Brasil inteiro como o cinema mais barato do País, com seu ingresso a R$ 1,00.