Tesouro
Câmera clara 214
Por Luiz Joaquim | 09.08.2010 (segunda-feira)
Já foi noticiado na primeira semana de julho o lançamento pelo Centro Técnico Audiovisual (CTAv) em capa dura e formato fac-similar (reprodução identica a original) das antigas edições (entre 1966 e 1988) das revistas Filme Cultura. Mas achamos que nunca é demais ressaltar as qualidades de um tesouro. E essa sensação de tesouro, na verdade, ganha força quando o produto se concretiza em suas mãos. Separado em cinco volumes, cada um com média de 800 páginas, a publicação reúne as 48 edições históricas da revista e mais duas feitas para o mercado internacional. Difícil dimensionar o valor disso para quem trabalha e estuda cinema pois os compêndios cobrem 24 anos do cinema brasileiro, cujas referências, até então eram apenas a de livros canônicos que determinavam uma realidade que agora pode ser relativizada pelas reportagens, artigos, críticas e entrevistas das antigas Filme Cultura. Exemplo, nos anos 1960 o Cinema Novo era a bola da vez, e ficou para todo o sempre como ícone representativo do melhor que o nosso cinema produzia naquele momento. Poucos sabem que existia também uma produção que fugia dessa esfera, indo também além dos filmes do Domingos Oliveira e Nelson Pereira dos Santos. No volume 1, que reúne as edições 1 a 12 da revista, entre 1966 e 1969, por exemplo, temos uma reportagem sobre o cinema do franco-argentino Carlos Hugo Christensen e outra (escrita por Ely Azeredo) sobre o ótimo “O Quarto”, longa-metragem com Sérgio Hingst, dirigido por Rubem Biáfora. Você já escutou falar de algum destes realizadores? Pois agora, não só saberá como podera fazer ilações através da leitura de ótimos textos sobre a evolução do moderno cinema brasileiro. Estas são o tipo de informações que não se encontram na internet, ou melhor, não se encontrava pois o CTAv criou um ótimo site para a revista (www.filmecultura.com.br) que também disponibiliza as ediçõs fac-similiar. Mas, cá entre nós, nada supera a satisfação de ter estas velhas Filme Cultura na mão. No Recife, para adiquiri-las, basta solicitar à Livraria Cultura, ao custo de R$ 100 e esperar quatro dias. Uma pechincha.
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HOLANDA-RECIFE
Acontece às 20h de hoje no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco sessão para convidados do média-metragem “Doce Brasil Holandês”, da gaúcha Mônica Schmiedt (com sua presença), feito em parceria com a pernambucana Rec Produtores. Entre diversos personagens, o filme reúne uma historiadora holandesa (Van der Ley) e outra pernambucana (Vanderlei) para rever a idéia de que se a ocupação holandesa tivesse permanecido, teríamos nos tornado uma povo melhor. O filme estreia nesta sexta-feira na Fundaj.
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DZI CROQUETTES
O documentário “Dzi Croquettes”, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez estreia dia 10 de setembro no Brasil (e no Recife também). “Nem homem, nem mulher. Gente” é a frase de divulgação do filme sobre a trajetória do irreverente grupo carioca que dá título ao filme. Nos anos 1970, o conjunto contestava a ditadura por meio do deboche e da ironia e defendia a quebra de tabus sociais e sexuais. No doc, depoimentos de Liza Minnelli, Ron Lewis, Gilberto Gil, Nelson Motta, Marília Pêra, Ney Matogrosso, Betty Faria, José Possi Neto, Miéle, Jorge Fernando, César Camargo Mariano, Cláudia Raia, Miguel Falabella, Pedro Cardoso e Norma Bengell.
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DE VOLTA AO PRESENTE
Aos milhares de fãs da série “De Volta ao Futuro”, uma boa notícia, ao menos para os ingleses: a trilogia será relançado em cópias novas nos cinemas do Reino Unido dia 1° de outubro próximo. Até um novo trailer já foi feito para o lançamento. A estratégia tem um sentido marqueteiro, os filmes serão lançados em Blu-ray dia 25 do mesmo mês. Vem com duas horas de extras, inclusive um documentário com todos envolvidos na produção e uma discussão sobre a física no filme e storyboard com final alternativo.
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