Fundaj exibe Luna Caliente
Fundaj (Recife) projeta inédito de Vicente Aranda
Por Luiz Joaquim | 15.10.2010 (sexta-feira)
Dentro do projeto “Encontro com Diretores do Cinema Espanhol” promovido pelo Instituto Cervantes, e em parceria com a Fundação Joaquim Nabuco, será exibido (em DVD) às 19h30 de hoje, no Cinema da Fundação, o longa-metragem “Luna Caliente” (Esp., 2009), que é o mais recente, e inédito no Brasil, filme de Vicente Aranda (83 anos). O plus do encontro está exatamente na possibilidade de, após a sessão, a platéia poder ouvir o veterano e respeitado cineastas catalão, mais conhecido no Brasil pelo seu filme “Amantes” (1991), com Victória Abril e Maribel Verdú, e mais recentemente com “Carmen” (2003).
Tendo sido bastante popular na Espanha, Aranda começou sua carreira cinematográfica na Venezuela, onde viveu por sete anos. Mas, foi só quando voltou a Espanha, em 1950, que decidiu que tocaria sua vida pelo cinema e foi estudar no que viria a ser a Escola Oficial de Cinematografia da Espanha.
Naquela época, em Barcelona, Aranda já pensava em quebrar rupturas com a proposta do cinema espanhol de então. É quando em 1963 ele co-dirige com o historiador de cinema Roman Gulbern “Brillante Porvenir”, seu primeiro filme. Logo depois faz “Fata Morgana”, “Las Crueles”, “La Novia Ensangrentada” e “Clara es El Precio”.
Até que em 1976 ele encontra sua musa, Victória Abril (que depois trabalharia bastante com Pedro Almodóvar) com quem roda “Troca de Sexo”. A partir daí viria uma longa parceria que rendeu filmes de sucesso por lá como “La Muchacha de Las Bragas de Oro”, o já citado “Amantes” (pelo qual ela recebeu o Urso de Prata de atriz em Berlim), além de “El Lute” e “Libertarias”. Nos últimos anos, seu maior destaque foi “Carmen” e hoje nos chega com “Luna Caliente”.
Como não podia ser diferente, o teor sexual é bastante forte no novo trabalho, sendo o sexo um elemento de atração e também repulsa, que, nos filmes de Aranda, desregula toda a relação aparentemente harmoniosa de seus personagens.
No caso, “Luna Caliente” apresenta um alto funcionário da Unesco, Juan (Eduard Fernandéz) que confunde os sinais que a jovem Ramona (a bela Thais Blume) lhe sugere, e o que poderia ser um romance torna-se um confronto violento. Como decorrência desse processo, os dois desdobram a hostilidade da relação através do sexo, entrando até pela seara da irracionalidade.
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