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Críticas

Piranha 3D (2010)

Mordidas e muito sangue em 3D

Por Luiz Joaquim | 22.10.2010 (sexta-feira)

Um legítimo filme B entra em cartaz nos cinemas de todo o País – em boa parte nas salas da versão 3D. Ok, um filme de estúdio orçado em estimados 24 milhões de dólares, mas “Piranha” (EUA, 2010) tem tudo para agradar aos seus fãs. Trata-se da nova investida do francês Alexandre Aja (“Alta Tensão”) no terreno das refilmagens. Seus longas anteriores em Hollywood foram o muito bom “Viagem Maldita” (versão de “Quadrilha de Sádicos, de Wes Craven) e o fraco “Espelhos do Medo” (versão do coreano “Espelho”, de Sung-ho Kim, disponível em DVD).

Desta vez, a única intenção de Aja é divertir e ele acerta em cheio. Baseada no título homônimo dirigido por Joe Dante em 1978, parodiando “Tubarão”, a produção relata os ataques de piranhas pré-históricas aos moradores e visitantes de uma pequena cidade litorânea. Em pleno verão e com o lugar repleto de jovens bêbados e excitados, a xerife Julie Forester (Elisabeth Shue) precisa resolver a situação em companhia de um grupo de arqueólogos e ainda ficar de olho nos três filhos que, evidentemente, acharão problemas com as criaturas assassinas.

A direção segura de Aja mantém o filme em bom ritmo, sem encheção de linguiça, com muito sangue, mutilações e nudez gratuita a cada 10 minutos ou menos. Aos incomodados com isso, recomenda-se distância ou melhor, entrar no clima da brincadeira – o que não é difícil – e dar muitas risadas. Destaque para a impagável cena do “balé” e os divertidos efeitos especiais, numa interessante fusão entre maquiagem e computação gráfica. Eli Roth (diretor de “O albergue 1 e 2, o sargento Donny, “O Urso Judeu” Donowitz de “Bastardos inglórios”) faz uma aparição como um DJ do concurso de camisas molhadas que protagoniza uma das melhores mortes do longa.

“Piranha” não faz feio perante o original, produzido por ninguém menos que Roger Corman, o papa do estilo. O novo filme ainda pode ser considerado um cartão de visitas para conhecer produções similares, tanto modernas (o inédito “Mega piranha”, de Eric Forsberg) quanto dos anos 70 (“Tentáculos”, de Ovidio G. Assonitis). Espectadores saudosistas se deliciarão com as participações especiais de Richard Dreyfuss, numa homenagem a “Tubarão”, e Christopher Lloyd que divide sua principal cena com Shue, então colega de elenco na série “De volta para o futuro”.

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