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Críticas

Jose & Pilar

Saramago, em imagem e som

Por Luiz Joaquim | 07.01.2011 (sexta-feira)

Se fôssemos tocar hoje, sem interromper, todas as imagens captadas pelo diretor português Miguel Gonçalvez Mendes feitas entre 2006 e 2009 mostrando o cotidiano de José Saramago (1922-2010) e sua esposa Pilar del Rio, elas só parariam na segunda-feira, 17 de janeiro. É certo que não deve ter sido fácil para Mendes resumir 240 horas de filmagens no longa-metragem de 125 minutos que entra em cartaz hoje (7) no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Recife) chamado “José & Pilar” (Port., Bra., Esp., 2010). Mas é certo que o esforço valeu a pena.

O documentário tem angariado prêmios de público e elogios por onde passa. Seja pela forma fácil como se comunica, seja pelos detalhes da intimidade do casal famoso, ou ainda pelas intervenções narrativas e por aproveitar com elegância o humor refinado do Prêmio Nôbel de Literatura português, falecido em junho último.

A linha narrativa do filme é a linha que acompanha a criação do livro “A Viagem do Elefante” (Cia. das Letras, 2008) e nesse processo, somos jogados para dentro do ritmo alucinado de viagens de eu autor para diversos países, com seminários, homenagens, inaugurações, lsob exaustivas entrevistas e mega-ançamentos.

Outro aspecto polêmico registrado no filme, após a morte do escritor, é sobre a carga de trabalho com a qual Saramago se envolveu sob a companhia de Pilar, e as insinuações de que essa sobrecarga teria acelerado sua morte. O mais valioso entretanto está nas idéias e nos aspectos existencialistas do escritor, os quais tratou com tanto esmero em sua escrita. No filme, é quase doloroso se deparar com a secura clara e convicta de Saramago sobre a desimportância da vida humana, ou de um elefante.

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