Cinema brasileiro: quem realmente se importa? O Serviço Social do Comércio de São Paulo (Sesc-SP) irá promover, dia 8 de abril, um encontro entre críticos de cinema, no qual, numa mesa de debate, reunirá profissionais dos mais variados veículos (incluindo o editor desteCinemaEscrito) com mediação da jornalista Maria do Rosário Caetano (Revista de Cinema) para discorrer sobre o papel da crítica na formação do olhar e o reflexo dela no sucesso de um filme. A pertinência da questão aparece no texto “Impressões do Cinema Brasileiro”, do crítico Luiz Zanin Orichio, do jornal O Estado de S. Paulo, que deverá guiar o debate. Em sua escrita, Zanin lembra que hoje, cerca de 20 anos após o desmanche da Embrafilme feito no Governo Collor, tudo parece melhor mas, na verdade, nem tudo são flores. Zanin resgata: “Se naquela época, antes do socorro, o Brasil limitou-se a produzir apenas dois ou três títulos por ano, hoje chega a 80, 90, tendendo aos cem. Naquele tempo, o público era quase nulo. Hoje mantém média de uns 10% do mercado anual. Não avança e nem recua, fora um ano excepcional (2003) quando bateu nos 23% [em 2010 o percentual foi de 19%]. Exibe uma razoável diversidade de títulos, comédias e obras intimistas, muitos documentários, um ou outro filme de apelo popular e alguns de alto significado artístico. Os festivais de cinema, que se podiam contar nos dedos da mão no começo dos anos 1990, hoje passam de 200. Há mais salas de exibição, mais movimento econômico nos laboratórios e nos escritórios de organizadores de eventos. Enfim, a atividade, se não floresceu de maneira espetacular, pelo menos parece muito mais saudável do que naqueles anos de triste memória. E, no entanto, podemos imaginar: e se chegasse hoje ao poder um novo Collor, conseguisse revogar as leis de incentivo e jogasse de novo o cinema no circo romano das forças de mercado, o que aconteceria? Teríamos um grande movimento em defesa do nosso cinema? O golpe geraria editorais indignados na imprensa, haveria passeatas, artigos de especialistas, choro e ranger de dentes? Duvido. Fora nós, que sempre estivemos convencidos da necessidade da existência de um cinema brasileiro, quem viria em socorro dele? Suspeito que ninguém”. A questão não é simples, e será ampliada no encontro do Sesc-SP. Se teremos conclusões, você descobrirá em breve, na cobertura feita por este jornal.

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Cine-PE 2011
Está marcada para hoje a divulgação oficial dos curtas-metragens (leia amanhã no CinemaEscrito) selecionados para compor a grade competitiva do 15º Cine-PE: Festival do Audiovisual, que acontece entre 30 de abril e 06 de maio no Centro de Convenções. Já a divulgação completa da programação, com longas-metragens em competição e fora dela, deve acontecer dia 12 de abril (data ainda não oficial) no Rio de Janeiro, assim como foi em 2010. Torcemos apenas que a Bertini Produções e Eventos Culturais e Esportivos Ltda. consiga negociar com São Pedro para evitar uma catástrofe como a que literalmente parou a Cidade Maravilhosa pela histórica chuva do ano passado na ocasião do mesmo evento.

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Canal Brasil
Hoje, às 22h, o Canal Brasil (a cabo) faz a primeira exibição na TV de “Viajo Porque Preciso, Volto Porque te Amo”, de Marcelo Gomes e Karin Ainouz. O longa-metragem explora, a partir da experiência vivida pelo personagem (o geólogo José Renato), um sertão que foge à trivial lamentação nostálgica; um espaço onde as tradições culturais convivem com uma modernidade mal estabelecida. O diálogo constante gerado por esse processo conduzirá os espectadores a descobrir um ambiente cheio de contradições e peculiaridades, que mescla criações de bodes a antenas parabólicas e estrangeirismos a tradições arraigadas. José Renato (voz de Irandhir Santos), dentro desse cenário, só pensa em voltar para sua esposa. O filme tem reprise no sábado (19) às 23h.

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Malick
Quem acompanha a trajetória do cineasta Terrence Malick (“Cinzas no Paraíso”, 1978, “Além da Linha Vermelha”, 1998, e “O Novo Mundo”, 2005, entre outro), espera ansioso pelo lançamento, dia 3 de junho, de seu novo “A Árvore da Vida” (The Tree of Life), que aproxima o foco na relação entre pai e filho de uma família comum, e expande a ótica desta rica relação, ao longo dos séculos, desde o Big Bang até o fim dos tempos, em uma viagem pela história da vida e seus mistérios, que culmina na busca pelo amor altruísta e o perdão. O cartaz do filme nacional aproveita a foto acima e o trailer (que, suspeitamos, não condiz com a qualidade do filme) já poder ser visto no Youtube sob o título de “A Árvore da Vida (2011) Trailer Oficial Legendado”