Mostra Spaghetti Zombie (Recife)
Sangue, sexo e gargalhadas
Por Luiz Joaquim | 19.03.2011 (sábado)
É para rir, para ter medo ou para sentir os dois? Não importa. Importa que a mostra em DVD “Spaghetti Zombie”, que inicia hoje às 14h no Cineclube Dissenso com projeção no Cinema da Fundação Joaquim Nabuco vai apresentar um lado dentro da história cinematográfica iniciada lá pelos anos 1970, e com ecos ainda hoje, de certa forma relegado pela mídia tradicional, mas sempre bastante divertido de se ver.
Pensado e produzido sob a curadoria do cinéfilo e editor do blog “Vá e Veja” (http://blog.vaeveja.com/), Osvaldo Neto, a mostra, com entrada gratuita, conta com mais cinco filmes que serão exibidos na Sala João Cardoso Ayres (mesmo andar do cinema) de segunda a sexta-feira, sempre às 19h.
Produzidos ou co-produzidos pela Itália, todos os seis filmes selecionados desenham um painel intrigante e atraente a respeito de, como explica Osvaldo, “um filão responsável pelos melhores e piores filmes de zumbis da história do cinema”. Nunca lançados no formato digital no Brasil, todos os títulos criam tensão e gargalhadas reunindo um exagero de maquiagem e imaginação para o nonsense de seus enredos e efeitos especiais a baixo custo.
Abrindo a mostra hoje está “Pelo Amor e Pela Morte” (1995), de Michael Soavi, descrita como uma miscelânia de comédia, romance, terror e suspense psicológico regado a sexo, sangue e violência. Tudo a partir de dois homens que trabalham num cemitério onde os mortos retornam à vida.
Segunda-feira, “Zombie 3” (1988), cuja filmagens foram iniciadas pela direção da lenda Lucio Fulci – mas não terminadas por conta de um infarto – registra uma cabeça zumbi voadora e até zumbis ninjas. O filme não credita, mas também teve co-direção de Bruno Mattei que, segundo Osvaldo, é o “Ed Wood italiano”.
Terça-feira, “A Casa do Cemitério” (1981), também de Fulci, mostra um casal e seu filho numa nova e amaldiçoada casa, ameaçados por um habitante misterioso no porão. “A péssima dublagem em inglês do garoto loirinho é uma atração à parte”, ressalta Osvaldo. Na quarta-feira, “Let Sleeping Corpses Lie” (1974), de Jorge Grau, os mortos saem da terra devido à radiação de uma máquina destinada ao combate de pragas agrícolas.
Quinta-feira é o dia de mais um Fulci: “Terror nas Trevas” (1981), no qual um feiticeiro é assassinado dentro de um hotel nos anos 1930 e, 50 anos depois, uma mulher herda o lugar sem saber que ali é uma das sete portas do inferno. A diversão fica por conta, diz Osvaldo, da total incoerência da narrativa, com seu roteiro cheio de furos inacreditáveis.
Para fechar a mostra, sexta-feira, Osvaldo radicalizou com “Burial Ground” (1981), de Andréa Bianchi. Aqui, ao abrir uma cripta, um arqueólogo reanima criaturas bem malvadas. O curador ressalta a cena do garoto zumbi (na verdade um anão de 25 anos), que ao mamar no seio da mãe não está querendo exatamente leite. Agora é segurar a respiração para depois soltá-lo sorrindo.
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